Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: CM Palmas

Foto: CM Palmas

Durante discurso na tribuna da Câmara de Palmas, na manhã desta terça-feira, 05, o vereador Milton Neris (PDT) alertou para a falta de clareza em alguns decretos do Executivo Municipal de enfrentamento à Covid-19. Ele citou como exemplo a não objetividade do decreto que trata das celebrações religiosas. “Temos visto dois pesos e duas medidas nas publicações”, disse, apontando ainda novas despesas com flores e internet a preços exorbitantes.

Segundo o vereador, a Prefeitura de Palmas não foi clara quando tratou das celebrações religiosas e isso gerou interpretações diferentes, já que não as proíbe, informando apenas não poder haver aglomerações. “Quais os critérios técnicos? Esse tipo de medida deve ter mais clareza. Não defendo o liberou geral, mas defendo a tolerância”, frisou. 

Milton Neris criticou ainda a liberação de 100% de ocupação no transporte público coletivo, na última sexta-feira, 30, sendo que até então a gestão municipal defendia apenas 50% da ocupação. “Novamente, quais os critérios técnicos”, questionou. 

Outro ponto destacado pelo parlamentar foi a abertura de alguns serviços e outros nãos. “Fecha-se lojas diversas para evitar aglomerações, mas permitem que grandes redes de supermercados abram, o que tem gerando aglomerações. Além de arriscado, é desleal, uma vez que as redes de supermercados vendem de tudo, inclusive aquilo que as lojas menores ofertam, não somente alimentos”, avisa.

Em seguida, o vereador disse que mais uma vez e incansavelmente a Câmara quer saber o que a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, está fazendo com os R$ 234 milhões do orçamento para o combate ao novo coronavírus e o que fará com os R$ 26 milhões extras, valor recém-aprovado pela Câmara,. Indagou ainda o que fará com os R$ 48 milhões que serão destinados pelo Governo Federal, fora outras cifras menores.

Flores e internet

Milton Neris disse ainda que o “Gabinete da Coxinha”, em referência ao gabinete da prefeita, também tem gastos exorbitantes com flores e internet. “Em decorrência de um contrato assinado em 23 de dezembro, o gabinete pagou até agora cerca de R$ 63 mil em flores a uma empresa, além dos R$ 53 mil gastos pelo consumo de coxinhas, pão de queijo e refrigerantes pagos a outra empresa”, denuncia.

O vereador alertou também que somente o gabinete da prefeita pagou mais de R$ 580 mil de internet até o mês de março, de um contrato anual de R$ 3 milhões pela prestação serviço para toda a Prefeitura. “Cintia Ribeiro, pelo jeito, faz farra com o dinheiro público e a Câmara se posiciona, pois não compactua com isso”, avisa.

Trem da Alegria

Sobre a votação da MP número 02, protocolada em 18 de fevereiro, cobrada pela prefeita, Neris diz não ter relação com a pandemia. A MP modifica a organização administrativa do Poder Executivo, também prevendo a equiparação dos salários dos presidentes de agências e autarquias com os dos secretários. “Essa MP do Trem da Alegria, na verdade, beneficia apenas o alto clero, pois onera o cidadão palmense em cerca de meio milhão de reais por ano, ao equiparar os salários de quem preside autarquias (atuais R$ 9.600,00) como os secretários (atuais R$ 15.155,17), totalizando 30 unidades gestoras. Qual a urgência e a emergência desta MP neste momento difícil? Essa medida não terá meu apoio”, avisou