A Frente Parlamentar de Enfrentamento à Covid-19, de Palmas, recebeu nessa terça-feira, 26, ofício assinado pelos Sindicatos Estaduais dos Trabalhadores em Saúde; dos Profissionais de Enfermagem; dos Enfermeiros e dos Farmacêuticos o qual solicita apoio no diálogo com a Gestão Municipal para a elaboração de um Projeto de Lei que crie ou disponibilize uma unidade específica para atendimento ambulatorial dos pacientes com suspeita ou que já tenham diagnóstico comprovado para o novo coronavírus.
O documento traz ainda informações quanto à preocupação com o aumento de casos em profissionais da saúde. Foram diagnosticados 18 na UPA Norte, dois no SAMU e três na UPA Sul. Outros oito profissionais foram afastados do trabalho por fazerem parte do grupo de risco, deixando a equipe ainda menor.
No dia 16 de abril a Frente Parlamentar, representada pelos membros Milton Neris, Gerson Alves, Tiago Andrino, Moisemar Marinho e Erivelton Santos, realizou visita a UPA Norte e Sul além de Unidades de Saúde quando colheu informações de gestores, servidores e usuários dos serviços, constatando situações que demandam providências do poder público. A exemplo da UPA Norte, onde se verificou a ausência de testes rápidos para a Covid-19; a disponibilização de apenas cinco aparelhos respiradores; que a UPA apenas colhe material para exames que são feitos em local externo; a presença de apenas um atendente na recepção que necessita de três para atender a demanda; a distribuição insuficiente de EPI´s como máscaras, luvas e toucas para garantir a segurança dos profissionais que trabalham na recepção da Unidade.
Os pacientes que aguardavam na espera por atendimento reclamaram da demora e qualidade do serviço, o qual foi comprometido em função da quantidade de atendentes, além de alegarem risco de contaminação por Covid-19 pela inobservância aos protocolos exigidos, especialmente a ausência de uma triagem prévia dos pacientes na chegada à UPA e aglomeração de pessoas na recepção; que pacientes de quadras distantes têm sido obrigados a se dirigir à UPA em busca de medicamentos; também houve reclamação quanto ao transporte público o qual, segundo relatos, não atende a necessidade dos profissionais de saúde e demais usuários que por sua vez, em muitas ocasiões se vêm obrigados a se dirigir à UPA a pé devido a demora na circulação de ônibus.
Segundo o vereador Erivelton Santos, coordenador da Frente Parlamentar, as denúncias recebidas levantaram suspeitas de que a gestão municipal não tem cumprido com o necessário rigor as orientações da Organização Mundial de Saúde quanto a garantia de proteção às pessoas que atuam em órgãos de saúde, especialmente as recomendações do uso de equipamentos de proteção individual (EPI) no combate ao novo coronavírus, o que aumenta, exponencialmente, o risco de contaminação destes servidores, e que por conseguinte gera inevitavelmente o surgimento de novos casos da doença na população que depende de atendimento de saúde pública.
"A Frente Parlamentar já solicitou à Prefeitura um espaço adequado para atendimento exclusivo dos profissionais de saúde e não foi atendida. Por isso, protocolei no Ministério Público documento para que o Município reaja diante dessa pandemia e zele pela saúde dos profissionais de saúde e população em geral", declarou o vereador. (Assessoria)