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Saúde

Hospital Regional de Araguaína (Foto: Sara Cardoso/ Governo do Tocantins)

Em uma carta destinada à Direção Técnica do Hospital Regional de Araguaína (HRA), os coordenadores de especialidades da unidade comunicaram nesta segunda-feira, 3, que não há como preencher a escala da UTI Covid naquele hospital “a não ser obrigando a Sesau a reverter o quadro de exoneração em massa dos plantonistas que foram treinados, para que tudo volte à normalidade”, afirmam  na carta que foi assinada por 15 coordenadores.

Entre os motivos para a recurso, os profissionais citam falta de pessoal, deficiência de preparo técnico e de capacitação em medicina intensiva.

No documento, os médicos afirmam que, antes mesmo da pandemia, as escalas de especialidades já eram deficitárias e que houve afastamento de profissionais do grupo de risco da covid-19. Portanto, segundo eles, qualquer alteração no número de plantonistas pode alterar “substancialmente a assistência tanto no centro cirúrgico, salas vermelhas e verde, bem como nas suas próprias alas”.

Eles afirmam ainda que a maioria dos plantonistas não têm preparo técnico para manejar pacientes de UTI, recusando-se “veementemente a assumir uma função que não se sentem capacitados”, diz um trecho da carta. No documento os profissionais afirmam ainda que, caso sejam obrigados, o plantonista não irá assumir responsabilidades como intubação, troca de tubos, alteração de parâmetros ventilatórios e drogas vasoativas, “por não terem a mínima noção de como fazer isso”, diz a carta. “Não houve nenhum processo de capacitação em medicina intensiva, bem como não foi oferecido nenhum outro apoio científico, no intuito de aperfeiçoar o corpo clínico no início da pandemia, e que mesmo agora, se fosse oferecido, não haveria tempo hábil”, alegam os profissionais.

Os plantonistas concluem que não podem assumir responsabilidades que podem levar a homicídios culposos de pacientes por imperícia.

Já em carta aberta à população, os coordenadores de áreas do HRA comunicam que a UTI Covid do hospital está com escala desfalcada por falta de cumprimento de acordo feito com médicos que foram capacitados para atuarem na área e acabaram pedindo demissão.

Com isso, os profissionais que atuam na UTI Covid prestam atendimento também a pacientes nas salas vermelha, amarela, verde e até enfermaria, aumentando o risco de contágio de profissionais, pacientes dos demais setores e seus parentes.

Na carta os profissionais pedem que a sociedade ajude a sensibilizar o Governo do Estado a cumprir acordos firmados com a classe médica.

O Conexão Tocantins demandou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) a respeito das alegações apresentadas pelos médicos nesses documentos. Aguardamos resposta.

Carta destinada à Direção Técnica do HRA