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Estado

Foto: Divulgação

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O Tocantins teve um aumento de 12,5% no número de mortes violentas intencionais no 1º semestre de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2019, entre janeiro e junho, foram 192 mortes violentas no estado, em 2020, foram 216 homicídios na primeira metade do ano. Incluem-se na somatória homicídios dolosos, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte, mortes de policiais civis e militares vítimas de CVLI (Crimes Violentos Letais Intencionais) e mortes decorrentes de intervenção policial, em serviço ou fora dele.

Os dados são do 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado neste domingo, 18. Em todo o país, o número de mortes violentas intencionais no 1º semestre do ano foi de 25.712, o que representa 7,1% a mais que no ano passado, quando foram registrados 24.012 crimes deste tipo no mesmo período.

A publicação do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) se baseia em informações fornecidas pelas secretarias de segurança pública estaduais, pelo Tesouro Nacional, pelas polícias civis, militares e federal, entre outras fontes oficiais da Segurança Pública.

Detalhamento

No Tocantins, o número de homicídios dolosos, quando há a intenção de matar, foi de 198; os latrocínios, quando o criminoso mata a vítima após ou para roubá-la, foram 7; lesões corporais seguidas de morte contabilizam 4; policiais vítimas de CVLI foram 2; e as mortes decorrentes de ação policial foram 7.

Todos os dados são em números absolutos e referentes ao 1º semestre de 2020.

No mesmo período de um ano para o outro, os indicadores mostram um aumento de 14,5% na taxa de homicídios dolosos; um decréscimo de 30% no número de latrocínios; e aumento de  40% no número de mortes decorrentes de ação policial. O número de policiais mortos vítimas de CVLI e lesões corporais seguidas de morte mantiveram-se estáveis.

Feminicídio

O Tocantins apresentou um aumento preocupante no número de homicídios dolosos nos quais as vítimas foram mulheres, e crimes de feminicídio, quando a vítima é morta por ser mulher.

No primeiro caso, o aumento foi de 142,9%, passando de 7 homicídios de mulheres em 2019/1 para 17 em 2020/1. Já os casos de feminicídio passaram de 3 no 1º semestre do ano passado para 4 no mesmo período de 2020.

Por outro lado, o estado apresentou redução nos casos de violência doméstica e sexual no período em análise. O número de mulheres vítimas de lesão corporal dolosa caiu de 760 para 74; ameaças sofridas por mulheres passaram passaram de 3.049 para 2.468; mulheres vítimas de estupro, incluindo vulneráveis, passaram de 306 em 2019/1 para 286 em 2020/1, redução de 6,5%.

A redução nos casos de violência doméstica e contra a mulher apresentaram redução na maioria dos estados. Mas o FBSP alerta que isso pode não representar uma redução dos casos na prática, mas sim com as dificuldades e obstáculos que as mulheres encontraram durante a pandemia para denunciar os casos.

“Como a maior parte dos crimes cometidos contra as mulheres no âmbito doméstico exigem a presença da vítima para a instauração de um inquérito, as denúncias começaram a cair na quarentena em função das medidas que exigem o distanciamento social e a maior permanência em casa. Além disso, a presença mais intensa do agressor nos lares constrange a mulher a realizar uma ligação telefônica ou mesmo de dirigir-se às autoridades competentes para comunicar o ocorrido”, alerta a publicação.