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Polí­cia

Pedro Henrique Soares foi preso no dia 30 de outubro em Porto Nacional (Foto: Divulgação/ Polícia Civil de Goiás)

Os dois tocantinenses acusados de terem cometido duplo homicídio de advogados em Goiânia/GO no final do mês de outubro planejavam reforma de casa e compra de imóvel em Porto Nacional/TO com os R$ 500 mil que receberiam pelo crime. Foi o que revelou o delegado titular da Delegacia de Investigações de Homicídios da Polícia Civil de Goiás (DIH), Rilmo Braga, em entrevista coletiva na manhã desta quarta-feira, 18.

“Quando nossas equipes estivem nos endereços ligados ao Jaberson, a casa dele já estava passando por um processo de reforma. Ele mal chegou em Porto Nacional e já contratou um pedreiro, fez compra de materiais e a casa dele ia passar por reforma já contando com esse montante que ia ser recebido. E o Pedro Henrique passou o dia 29 todo olhando casas para comprar em Porto Nacional”, revelou o titular da DIH.

O delegado esclareceu que os suspeitos Pedro Henrique Martins Soares e Jaberson Gomes, morto em ação da polícia, não chegaram a receber o dinheiro do crime. Ainda de acordo com o delegado Braga, havia um acordo de que os executores só receberiam o pagamento integral caso o crime não fosse desvendado. “O contrato era de R$ 500 mil, caso eles executassem os advogados e não fossem presos. Se por ventura fossem presos, que foi o que ocorreu, eles receberiam R$ 100 mil. Talvez por isso a resistência do Pedro Henrique em dizer que foi um crime encomendado”, explicou.

Segundo o delegado, Pedro Henrique e Jaberson receberam no início, apenas R$ 4 mil para custear sua estadia na capital goiana entre os dias 21 e 28 de outubro. Posteriormente receberam mais R$ 5 mil.

Pedro Henrique foi preso em Porto Nacional no dia 30 de outubro e indiciado na condição de executor do duplo assassinato, tendo sido ele o responsável pelos disparos contra as vítimas. Jaberson Gomes morreu em um confronto com a Polícia Militar do Tocantins durante fuga.

Outras duas pessoas suspeitas de envolvimento no crime também foram presas no Tocantins em 9 de novembro. Cosme Tavares e Helica Ribeiro Gomes. Cosme teria intermediado o crime entre mandante e executores. Já Helica é namorada de Pedro Henrique. Ela soube do crime e deu cobertura ao suspeito. Sua participação ainda está sendo investigada.

O delegado Rilmo Braga disse também durante a coletiva que ainda não se sabe quanto Cosme teria recebido para intermediar o crime. Ele foi responsável por transportar os dois executores até Goiânia e prestar auxílio a eles naquela cidade. Cosme também foi o elo de ligação entre executores e mandante. “Ele conhece o Pedro Henrique há alguns anos, da cidade de Porto Nacional, e ele teria chegado ao Pedro Henrique fazendo a proposta, que por sua vez sublocou o contrato ao Jaberson. Pedro Henrique e Jaberson também se conheciam há alguns anos por terem ficado presos juntos em Porto Nacional”, afirmou Braga.

Através de informações fornecidas pelos presos, a Polícia Civil de Goiás conseguiu prender nesta terça-feira, 17, o suspeito de ser o mandante do crime, o agricultor Ney Castelli, de 58 anos, em Catalão/GO. Ele já vinha sendo monitorado e a operação para prendê-lo estava prevista para hoje, no entanto, como os investigadores tiveram a informação de que Castelli viajaria para o Paraná, a ação precisou ser antecipada.

O crime

Os advogados Marcus Aprigio Chaves e Frank Alessandro Carvalhaes de Assis foram assassinados no setor Aeroporto, em Goiânia, no dia 28 de outubro.

A motivação para os crimes seria a atuação das vítimas em processos judiciais contra familiares do suposto mandante que envolvem disputa de terras em São Domingos, nordeste goiano. Os advogados tiveram conversas antes da morte, nas quais registraram o que fazer ante o receio de morrerem vítimas de homicídio mediante paga que poderia ser cometido justamente pelo mandante preso ontem.