Com expectativa de arrecadar mais de 10 milhões de reais para o combate à fome, a Ação da Cidadania lançou a tradicional Campanha Natal Sem Fome 2020. Com ativações em todo o País, a campanha vai até o mês de dezembro. Aqui no Tocantins o Mesa Brasil Sesc está apoiando a iniciativa e está ajudando a arrecadar doações no Estado. Quem quiser doar basta entrar em contato com uma das unidades do Mesa em Palmas, Gurupi e Araguaína ou então fazer a doação direto no site www.natalsemfome.org.br.
Neste ano, a Ação da Cidadania trouxe campanhas de aquecimento nas redes sociais, arrecadando, até agora, mais de 3 milhões de reais de empresas parceiras, como a MasterCard, iFood, Lojas Americanas, Camil, Ame, Ancar, B2W e organizações do terceiro setor, como a Fao e WPF.
Considerada a maior campanha contra a fome da América Latina, o Natal Sem Fome é, também, uma das maiores mobilizações solidárias da sociedade civil. Fundada em 1993 pelo sociólogo Herbert de Souza, mais conhecido como o Betinho, a ONG Ação da Cidadania, desde 1994, já ajudou mais de 20 milhões de pessoas por todo o Brasil a terem um Natal mais digno.
Com o lema “Quem tem fome, tem pressa” o Natal Sem Fome já arrecadou em outras edições mais de 32 milhões de quilos de alimentos. De alcance nacional, traz auxílio para os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Apesar dos números, ainda são insuficientes em um país em que mais de 80 milhões de brasileiros vivem com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com o IBGE.
“Precisamos parar estes números, não só no Natal e sim para sempre. É muito triste você não ter o que comer e passar fome. Nós estamos em constantes campanhas realizadas pela Ação da Cidadania, justamente para ajudar quem precisa, mas precisamos de apoio de políticas públicas para resolver o problema de forma definitiva. É inadmissível entrarmos mais uma vez no mapa da fome, com aumento de extrema pobreza e com tantas pioras ano após ano, desde quando saímos do mapa da fome da ONU em 2014.”, destacou Kiko Afonso, diretor executivo da entidade.
As informações do IBGE também mostram que a prevalência nacional de segurança alimentar caiu para 63,3%, em 2017-2018, alcançando seu patamar mais baixo. E que metade das crianças menores de cinco anos do país (ou 6,5 milhões de crianças nessa faixa etária) viviam em domicílios com algum grau de insegurança alimentar, passando literalmente fome.
Outro fato triste, agora apresentado pela Oxfam Internacional, é que neste ano mais pessoas morrerão de fome no mundo do que pela Covid-19 - doença que assolou o planeta. O documento redigido pela organização revelou que 12 mil pessoas podem morrer de fome por dia no mundo, até o final do ano, devido à pandemia.
No começo do ano, a ONU já falava que no Brasil a pobreza extrema deveria dobrar em 2020 e, como resultado da pandemia, ameaçaria a democracia. O Brasil deve terminar o ano com quase 10% na condição de pobreza extrema comparado com uma taxa que era de 5% em 2019. O órgão ainda prevê que 83 milhões de pessoas deverão viver abaixo da linha da pobreza na América Latina pós-covid.
“Nesta semana fomos pegos todos de surpresa pelo Prêmio Nobel da Paz que foi entregue ao Programa Mundial de Alimentação da ONU, porém na mesma proporção que é gratificante ver a visibilidade para combate à fome é triste relatar números como esses e saber que estamos perdendo famílias para esta tragédia que é a fome”, pontuou Daniel, presidente do conselho da entidade.