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Polí­cia

Foto: Divulgação/2ª DHPP

Foto: Divulgação/2ª DHPP

Em entrevista coletiva de imprensa, concedida na tarde desta quinta-feira, 3, na sede da 1ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Araguaína, o delegado-chefe da 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP), Guilherme Coutinho Torres, divulgou mais detalhes sobre a captura de um ex-policial militar do Estado do Pará, de 35 anos de idade, na manhã desta quinta-feira, dia 3, na cidade de Boa Vista, Roraima, após uma ação integrada coordenada pela 2ª Divisão de Homicídio e Proteção à Pessoa (2ª DHPP), de Araguaína. O ex-policial é suspeito de ser um dos executores do advogado Danilo Sandes, cujo corpo foi localizado no final do mês de julho de 2017, em Araguaína.

Conforme a autoridade policial, a ação que culminou na localização do foragido da justiça teve início assim que o indivíduo, que já havia sido preso pela DHPP e identificado com um dos principais envolvidos no homicídio do advogado Danilo Sandes, conseguiu escapar de um Batalhão da Polícia Militar, em Palmas, onde estava preso, no mês de maio de 2019.

“Logo após a notícia da fuga, nós mobilizamos um grande aparato de inteligência não somente da Polícia Civil do Tocantins, mas também de forças de segurança de outras unidades da federação e também a Polícia Federal e iniciamos imediatamente as buscas e diligências no sentido de localizar o paradeiro do ex-pm”, ressaltou o delegado.

Cooperação

No decorrer das investigações, os policiais civis da 2ª DHPP obtiveram informações de que o homem poderia estar em outro estado e, desse modo, as investigações foram concentradas nessa possibilidade. “Através do nosso setor de inteligência, descobrimos que o foragido poderia estar em Boa Vista, capital do Estado Roraima e, com base nessa informação, intensificamos as investigações e entramos em contato com a equipe da Polícia Federal de Pacaraíma, naquele Estado, a qual levantou novas informações acerca do paradeiro do foragido e, por meio de ação conjunta com a Diretoria das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICO), que reúne a Polícia Civil, Militar, Penal e também a Polícia Federal, em Roraima, fomos capazes de mapear a residência em que provavelmente o ex-pm estaria”, ressaltou Guilherme Torres.

Identificação positiva

Cientes da localização exata do paradeiro do suspeito de homicídio, a autoridade policial enviou cópia do mandado de prisão preventiva, expedido pelo juízo da Comarca de Araguaína, para a Polícia Federal, em Boa Vista, que então, na manhã de hoje deu cumprimento a ordem judicial, quando, através de informações da Polícia Civil tocantinense, foram no exato local onde se encontrava o ex-pm e fizeram a captura do mesmo, que então foi levado para a sede da DICAP (Diretoria de Capturas), da Polícia Civil de Roraima e logo, em seguida, após a realização dos procedimentos legais cabíveis, o homem foi recolhido ao presídio central de da Capital roraimense, onde permanecerá à disposição do Poder Judiciário da Comarca de Araguaína.

Recambiamento

Ainda durante a coletiva de imprensa, o delegado Guilherme Torres ressaltou que dentro em breve o suspeito será trazido de volta ao Tocantins para que possa responder pelo crime que lhe é imputado. Para o delegado Guilherme Torres, a prisão do ex-policial militar é muito importante para que o processo possa seguir seu curso normalmente e também porque trata-se de um crime que abalou não somente a população de Araguaína, mas também de todo o Estado, uma vez que o advogado Danilo Sandes além de ser bastante conhecido na cidade, gozava de muito prestígio junto à comunidade e teria sido morto por se recusar a fazer parte de um esquema criminoso para ocultar bens de um processo de inventário em que trabalhava em favor de um dos envolvidos na disputa de uma herança milionária e que teria sido o mandante do crime.

“Para nós da Polícia Civil, a recaptura desse último suspeito de envolvimento no crime coroa um trabalho investigativo que teve início logo depois que o corpo do advogado Danilo Sandes foi encontrado, no dia 29 de julho de 2017 e que se estendeu por alguns meses até que fossemos capazes de identificar todos os envolvidos nesse enredo criminoso que ceifou a vida de um jovem advogado que exercia sua profissão e por se recusar a fazer parte de atos ilícitos propostos por uma das partes envolvidas no processo de inventário que atuava, foi morto de forma brutal e covarde. Nesse sentido, a Polícia Civil do Tocantins deu mais uma resposta eficiente a sociedade do Estado e, em especial a população de Araguaína, com a completa elucidação do caso e as prisões de todos os envolvidos no crime bárbaro”, ressaltou o delegado.

O crime

No dia 29 de julho de 2019, o corpo do advogado Danilo Sandes foi encontrado já em estado de decomposição as margens da TO-222 na zona rural de Araguaína. Ele apresentava vários ferimentos e teria sido assassinado com dois tiros na cabeça, após ter entrado em um carro, na manhã do dia 25 de julho quando saia de um supermercado. Rapidamente, as equipes da 2ª DHPP de Araguaína descobriram que o advogado, que atuava em um caso de inventário para herdeiros de uma herança de R$ 7 milhões de reais. Conforme apontaram as investigações da Polícia Civil, Danilo não aceitou fazer parte de um esquema criminoso para ocultar bens em favor de um farmacêutico, que era um dos herdeiros da fortuna e, por isso, teria sido assassinado a mando desse homem que, inclusive também se encontra preso pelo crime. Na ação, outros três homens, sendo ex-policiais do Estado do Pará teriam sido os autores do crime que chocou a população do Estado.