Antes mesmo que qualquer vacina contra a covid-19 tenha sido registrada e liberada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ou que qualquer plano de vacinação tenha sido encabeçado pelo Ministério da Saúde, o prefeito de Araguaína/TO, Ronaldo Dimas (Pode) autorizou na semana passada a compra do imunizante produzido pela farmacêutica norte-americana Pfizer.
Apesar de ter determinado a compra do produto em regime de urgência, o plano e o cronograma de vacinação da população de Araguaína, segundo a própria prefeitura, só serão divulgados após a conclusão do processo de compra da vacina, que, por enquanto, está em fase de abertura do processo de licitação, cujo andamento, por sua vez, vai depender de liberação da Anvisa, o que ainda não tem prazo para acontecer.
A prefeitura não informou quando as vacinas irão chegar e também não deu prazos para o início da vacinação, mas, em sua defesa, informou que, “caso o processo de liberação da Anvisa não aconteça em tempo hábil, o município está preparado para solicitar a liberação judicialmente”, apesar do fato de que a judicialização da questão não seja garantia da liberação da vacina.
Outro problema é quanto aos insumos necessários para a vacinação e a estrutura para acondicionamento das doses, uma vez que a vacina produzida pela Pfizer deve ser mantida em temperatura de 75º negativos. Sobre isso, a prefeitura informou que “já está organizando todos os insumos necessários para a aplicação das vacinas, incluindo o acondicionamento do material em câmaras frias adequadas”.
A administração não informou se dispõe de agulhas e seringas em quantidade suficiente, se haverá necessidade de comprar as câmaras frias adequadas e nem se os processos de compra já foram iniciados. Já o transporte das doses e garantia de acondicionamento até a cidade de Araguaína é de responsabilidade da fabricante Pfizer.
Vacinas
De acordo com o Ministério da Saúde, há 4 vacinas contra o novo coronavírus (sarscov 2) em testes no Brasil. Além da Pfizer/BioNtech, há também a vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca e Universidade de Oxford, que é a primeira opção do Governo Federal; já o produto desenvolvido pela chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantã de São Paulo, foi a vacina escolhida pelo governo daquele estado para imunizar sua população; há ainda a vacina da Jansen-Cilag, produzida pela divisão farmacêutica da Johnson-Johnson.
Nesta terça-feira, 8, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, deve se reunir com secretários de saúde e governadores dos estados para tratar da compra da vacina. O Governo do Tocantins não informou se o governador Mauro Carlesse (DEM) ou o secretário de saúde, Edgar Tollini, participarão da reunião.
Na manhã desta terça, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB) disse que espera ter boas notícias do encontro de gestores no Palácio do Planalto. “Ávida por notícias positivas, prazos viáveis e logística de distribuição da vacina contra a COVID-19. O ideal seria trabalharmos com as 4 marcas já existentes, e em fase 3 de testes no Brasil”, manifestou a prefeita.