Uma mulher, moradora do Setor Santa Bárbara, região sul de Palmas/TO, tem sofrido momentos de terror juntamente com sua família. Ela relata estar sofrendo perseguição e ameaças de morte por um ex-namorado de sua filha. “Ela o conheceu por um mês, e por uma semana ele esteve aqui em casa. Depois que eles separaram, ele ficou mandando áudios ameaçando matar a ela e a toda família”, relata a mulher.
No último atentado, o agressor disparou contra a casa da mulher, acertando 4 tiros que atingiram o portão da casa e uma porte de vidro. O atentado foi no dia 25 de fevereiro. Após isso, a vítima foi à 5ª Delegacia de Polícia Civil da capital para registrar ocorrência.
Segundo ela, foi o terceiro boletim de ocorrência registrado devido às ameaças do rapaz. “Eu fiz em dezembro, em janeiro e agora, na semana retrasada depois que ele atirou na minha casa. E mesmo assim a polícia não fez nada. A polícia civil diz pra mim que eles vão investigar e que isso é demorado”, relatou a vítima.
De acordo com a mulher, as ameaças começaram após o término do relacionamento de sua filha com o suspeito. Com medo do agressor, a jovem deixou a cidade, mudando-se para um local desconhecido pelo ex. Para pressionar a família a entregar o paradeiro da jovem, o agressor passou a fazer ameaças contra a família dela.
“Ele vai tirar a vida de alguém daqui de casa. Ele vai tirar...”, disse, desesperada, a mulher que mora com um outro filho de 18 anos e um neto de 2 anos. “Estou saindo da minha casa. Os inquilinos que eu tenho que moram na quitinete no mesmo lote vão sair também por causa disso. Não posso trabalhar, meu filho também não... parou a vida de todo mundo aqui em casa”, disse.
A reportagem do Conexão Tocantins encaminhou os dados das ocorrências para a Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), questionando por que motivo nenhuma medida foi tomada até o momento no sentido de proteger a vítima e coibir as atitudes do agressor. Aguardamos respostas.
8 de março
O relato desesperado da vítima neste 8 de março chama atenção da condição de vulnerabilidade das mulheres e a falta de uma rede de proteção contra violência doméstica para evitar que tragédias aconteçam.
De acordo com o Ministério Público do Estado do Tocantins (MPE), nos últimos dois anos mais de 1.100 ações de violência contra a mulher foram ajuizadas pelo órgão no estado. Neste mesmo período, o MPE realizou 9.612 manifestações em inquéritos policiais de violência doméstica e 9.116 manifestações em medidas protetivas.
Dados da Coordenadoria de Gestão Estratégica, Estatística e Projetos do Tribunal de Justiça do Tocantins (Coges), revelam que os casos de violência contra a mulher lideram o número de processos referentes a pessoas vulneráveis no Tocantins.
De acordo com o órgão do TJ, em 2019 foram 11.859 processos; já em 2020 foram 14.014 casos um aumento de quase 20%.