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Polí­cia

Foto: Divulgação

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O número de vítimas de homicídio em Palmas nos primeiros 45 dias do ano aumentou 155% na comparação com o mesmo período do ano passado. De 1º de janeiro até agora foram 23 pessoas assassinadas na capital; já em 2022, foram 9 ocorrências. Os dados são da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

A maioria dos casos ocorreu na região sul de Palmas, “possivelmente devido ao maior número de pontos de venda de drogas na região, até porque é onde se concentra grande parte da população da capital”, avaliou Silvio Jaca, perito criminal e especialista em Segurança Pública.

No último sábado (11), três jovens foram mortos em crimes com características de execução. A primeira ocorrência foi por volta das 15h, quando um casal foi morto na porta de casa no Morada do Sol I. Testemunhas relataram que os tiros foram disparados por um motoqueiro. No mesmo dia, às 19h, um rapaz de 22 anos também foi morto a tiros por uma outra pessoa de moto no Aureny IV.

Já nessa segunda-feira (13), um adolescente de 16 anos foi alvejado com tiros pelas costas enquanto estava a caminho da escola. A vítima foi levada para o Hospital Geral de Palmas (HGP) em estado grave. Os atiradores também estavam de moto.

Os crimes estão sendo investigados pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) que não descarta a possibilidade da atuação de facções criminosas na capital.

 Facção criminosa marca seu território em quadra no Centro Comercial de Palmas.

Modus operandi

Abizair Paniago, ex-subsecretário de Segurança Pública do Estado e especialista da área, pondera que as características da maioria dos crimes sugerem premeditação. “A forma violenta empregada nos crimes, com arma de fogo e vários tiros, visando especialmente a atingir a cabeça das vítimas, é forte indicativo de que se tratam de crimes premeditados e que teriam por traz uma organização criminosa, provavelmente ligada ao tráfico de drogas”.

O uso de armas de fogo; os disparos direcionados a pontos críticos vitais do corpo; o uso de motocicletas para facilitar a fuga e o fato de que os criminosos não levam nenhum pertence da vítima ajudam a descartar a possibilidade de latrocínio na maioria dos casos, quando o bandido mata a vítima para roubá-la.

“Alguns casos têm sim características compatíveis com execuções comumente relacionadas, ou a cobrança de dívidas com tráfico de drogas, ou disputas entre facções rivais”, analisou Silvio Jaca. “Já há algum tempo o confronto entre facções rivais é percebido em alguns casos de tentativas de homicídio, homicídios e confrontos”, completou o perito.

Governo do Estado

Por meio de nota, o Governo do Estado afirma que as Forças de Segurança do Tocantins têm atuado em conjunto no combate ao crime com aumento do efetivo policial nos 139 municípios do Estado, investimentos em armamento e melhores equipamentos. "Destaca-se que na Capital, esse trabalho está sendo realizado com mais rondas ostensivas, além do uso da inteligência policial, principalmente nos pontos mais sensíveis, onde se registram números expressivos de ocorrências", afirma. 

Em relação aos casos de violência registrados na Capital, o governo informa que as investigações são conduzidas pela 1ª DHPP de Palmas e apontam que a maioria das mortes têm ocorrido em virtude da disputa entre facções criminosas.

"Vale ressaltar que para todos os casos de homicídios e tentativas de homicídios são abertos inquéritos policiais no sentido de elucidar os mesmos e identificar seus respectivos autores. De agosto do ano passado para cá, diversos crimes foram elucidados, pessoas indiciadas, prisões preventivas e temporárias decretadas e também prisões efetuadas em flagrantes", afirma o Governo em nota.