As 2.111 confirmações de novas infecções pelo coronavírus registradas entre os dias 07 a 13 de março de 2021, em Palmas, foram inferiores à previsão de novas contaminações para esta semana, isto é, menor que os 2.596 casos previstos para a semana epidemiológica (SE) 10. Segundo a saúde de Palmas, a redução de 18,7% é um primeiro indicativo da adesão da população ao período de restrições mais amplas adotadas pela Capital desde o último dia 06 de março.
As medidas restritivas às atividades não essenciais seguem em vigência até está terça-feira, 16 de março de 2021. No entanto, a Secretaria Municipal da Saúde (Semus) espera pelas próximas semanas para mudanças nos registros locais da doença. “O número de casos ainda não caiu, mas estamos começando a ver sinais da menor circulação de pessoas. Serão os próximos sete a 14 dias que nos mostrarão os reais reflexos da adesão ao isolamento social”, explica a diretora de Vigilância Epidemiológica da Semus, Marta Malheiros.
A taxa de contágio atual de Palmas é um indicador que mostra que a doença não desacelerou. Atualmente a taxa de contágio é de 1,62. Na prática, em Palmas, a projeção é de que os 358 casos confirmados no último domingo, 14, se não adotassem o isolamento social, poderiam transmitir a doença a outras 579 pessoas. “O que precisamos, neste momento, é ver a população aderindo ao uso correto da máscara, às medidas de higiene pessoal e respeitando o isolamento social. Só assim veremos esses números baixarem. Para aqueles que apresentarem sintomas, é importante buscar o primeiro atendimento nas unidades sentinelas e aderir de imediato o isolamento”, reforça Marta.
A projeção do monitoramento da Covid-19 em Palmas é de, entre os dias 14 e 20 de março de 2021 (SE 11), sejam confirmados 3.419 casos novos da doença. Atualmente, o percentual de positividade dos testes para Covid-19 está se mantendo em torno de 40%.
Alerta
Foi a semana entre os dias 21 a 27 de fevereiro de 2021 (SE 08) o alerta para os técnicos do monitoramento da pandemia em Palmas. Para aquela semana, eram esperados 1.342 novos casos, no entanto, foram registradas 1.445 novas infecções (7,6% superior à projeção para aquela semana). “Muitas aglomerações acontecendo pela cidade favoreceram esse cenário que superou a previsão que tínhamos de novos casos. O resultado foi a grande procura por atendimento nas nossas unidades”, explica Marta. As aglomerações frequentes e a confirmação da circulação de nova variante do coronavírus embasaram a Prefeitura de Palmas, orientada por técnicos sobre o cenário, a implementar por 11 dias as medidas restritivas atualmente em vigor.
A intenção é reverter o cenário de crescimento de casos com adesão coletiva ao distanciamento social e respeito aos protocolos já em vigência na Capital para prevenção da Covid-19. Considerando, inclusive, a estimativa, baseada em pesquisas, de que para cada um contaminado sintomático há outros seis assintomáticos fora de isolamento.
Medidas adotadas x transmissão
Medidas restritivas adotadas em 2020 contribuíram para controle do vírus por ocasião da chegada da pandemia à Capital. A confirmação do primeiro caso positivo de Covid-19 na Capital foi divulgada em 18 de março de 2020, quatro dias depois de declarada situação de emergência em saúde pública na Capital.
A adoção das primeiras medidas restritivas a atividades não essenciais em Palmas e o rastreio de contatos permitiram o controle de circulação de pessoas e rastreamento de contatos dos primeiros casos, que aderiram ao isolamento de imediato. A taxa de contágio, que chegou a 6,58, entre 22 e 28 de março de 2020 (SE 13), chegou a cair para 0,84 na semana seguinte, entre 29 de março e 04 de abril de 2020 (SE 14).
A curva de novos casos da doença na Capital se manteve estável entre março e junho de 2020. O gráfico de barras mostra, semana a semana, o comportamento local da doença. A primeira crescente de casos tomou forma a partir do dia 14 de junho de 2020 (SE 25). A crescente coincide com o período de flexibilização de medidas restritivas para a retomada gradual de atividades não essenciais. Nesse período, observou-se uma tendência crescente que levou o Município a adotar novamente medidas restritivas, fechando pontos turísticos e áreas públicas e implementando limite de funcionamento das 20 às 5 horas para atividades não essenciais.
Entretanto, favorecido pelo trânsito de pessoas que se deslocaram para praias sazonais no Tocantins e outras regiões do Brasil, em julho de 2020, a sensação de novo normal favoreceu uma onda crescente de casos que levou Palmas ao primeiro pico de casos no mês de agosto de 2020. Na semana de 08 a 15 de agosto daquele ano, 1.928 casos foram registrados, 563 somente no dia 15 de agosto de 2020.
A divulgação diária dos números da Covid-19 na Capital e reforço na fiscalização do cumprimento de medidas restritivas entre setores não essenciais favoreceram, entre os meses de setembro e outubro de 2020, a desaceleração de novos casos. Sem grandes oscilações, Palmas voltou a se reorganizar, a partir de então, para retomada gradual de atividades presenciais em vários setores, entre eles, instituições de ensino e de eventos (sob autorização e adoção de protocolos da Vigilância Sanitária Municipal (Visa).
Nova aceleração
No entanto, um novo crescimento de novos casos volta a tomar forma a partir de 14 de novembro de 2020 (SE 47). O período mostra sinais da circulação de pessoas potencializada por viagens ou aglomerações em função de datas comemorativas como, por exemplo, o feriado de Finados em 02 de novembro, 12 dias antes. Apesar das orientações para manutenção do distanciamento social, mesmo em ocasiões comemorativas de fim de ano, a segunda tendência acelerada de novos casos continuou a crescer até chegarmos no mês de março de 2021, quando medidas restritivas semelhantes às implementadas um ano antes entraram em vigor. Ainda assim, sob reflexo da alta transmissão de semanas anteriores, Palmas chega no último dia 13 de março de 2021 ao segundo maior número de casos registrados em um dia desde a chegada da pandemia (439 casos novos, segundo Boletim Epidemiológico nº 359).
Segundo a assessora técnica da Semus, Gillian Barbosa, a circulação de novas variantes da Covid-19 também pode ter potencializado essa reaceleração de novos casos. “A existência de novas variantes da Covid-19, que possuem uma carga viral maior e maior transmissibilidade, pode estar favorecendo esse cenário atual. Mas não podemos deixar de considerar outro fator apontado por alguns pesquisadores: a menor adesão ao distanciamento e às práticas de autocuidado para a Covid-19". (Secom Palmas)