Como forma de buscar um novo lar para os animais abandonados, em tempos de pandemia, o grupo Patinhas Palmas promoverá uma feira de adoção por meio de live, no dia 29 de abril, às 19 horas. A live será realizada pelo canal no Instagram (@patinhasdepalmasto), mantido pelo grupo de protetoras.
A live contará com a apresentação da cantora Carolina Oliveira. Após a abertura, as integrantes do Patinhas darão explicações acerca do projeto, do ciclo de vacinas necessárias para animais domésticos e do processo de adoção. Ainda durante a live, serão encaminhadas fotos dos animais à procura de um lar. Serão disponibilizados 30 gatos e 23 cães para adoção responsável.
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, só no Brasil, existam mais de 30 milhões de animais abandonados. Destes, aproximadamente 10 milhões são gatos e 20 milhões, cães. Vale lembrar que não é apenas soltar o animal na rua que caracteriza o abandono. Deixar os animais sozinhos em casa durante três ou quatro dias também configura crime. A Lei Federal nº 14.064/2020, sancionada em setembro do ano passado, aumentou a pena de detenção, que era de até um ano, para até cinco anos, em caso de abandono ou maus-tratos aos animais.
O Patinhas Palmas
Tratados por muitos como se fossem verdadeiros membros da família, os animais de estimação passaram a receber atenção extra de veterinários, pet shops e de cuidadores cada vez mais exigentes. Esse é a realidade quando os bichinhos são bem tratados. No entanto, os casos de abandono também estão em alta.
Para tentar resolver esse problema no âmbito municipal, um grupo se juntou para dar uma nova história a muitos animais de rua. Com o objetivo de resgatar animais domésticos em situação de maus-tratos ou abandono, duas professoras da rede municipal de ensino iniciaram o Patinhas Palmas, uma ação que doa carinho e cuidados aos animais. Criado em 2014 por Keylla Farias e Marília Oliveira, o projeto atua em campanhas e projetos educacionais para sensibilizar a sociedade palmense sobre a importância do bem-estar animal. Iniciado por apenas duas pessoas, o grupo já conta com mais cinco voluntárias envolvidas: Evelyn da Frota Freitas, Lilian Castilho (Pity), Raquel Scarparo, Gil Oliveira e Irma Galhardo.
Quanto ao recolhimento dos animais, primeiramente, é feito o resgate. Depois, o encaminhamento para o veterinário. Após, cuidados básicos por meio das orientações desses profissionais. Em seguida, é feita a manutenção dos cuidados básicos, como banho e alimentação e, quando surgem padrinhos, castração. Por último, o animal é ressocializado com a adoção.
Keylla Farias explica que possuem um abrigo de cães e gatos e um total de, aproximadamente, 100 animais sob tutela. Ela relata que a situação financeira da iniciativa tem sido difícil. “Todo o investimento desse trabalho é realizado através de recursos próprios e de apoiadores sensíveis à causa. Não temos nenhum amparo físico e financeiro por parte do poder público”, lamenta.
As fundadoras afirmam que não fazem recolhimento de animais a pedido de terceiros, pois a estrutura ainda é limitada e, para receber mais animais, é preciso realizar ações para angariar doações ou que houvesse ajuda governamental. Com a pandemia, a realização de tais ações ficou ainda mais complicada. Também por esse motivo surgiu a ideia da feirinha virtual de adoção, para que as pessoas possam procurar um bichinho, mesmo tomando os cuidados com a Covid-19.
Reflexões antes de adotar
Ter companhia é bom, mas é preciso fazer algumas reflexões antes de adotar um animal, até para não incorrer no erro de não se adaptar e acabar por abandoná-lo novamente.
Primeiramente, tenha consciência de que, para adotar um animal, é preciso ter responsabilidade, pois se trata de uma vida que é totalmente dependente dos nossos cuidados.
Segundo que, para ter um amigo de quatro patas em casa, não é preciso gastar cifras consideráveis, tampouco financiar uma “fábrica” cruel de animais domésticos. Um vira-lata pode ser tão companheiro quando qualquer outra raça, sem dizer a satisfação de ajudar um gato ou cãozinho necessitado de um lar e de amor. Por isso, não compre, adote!
Outro aspecto exigido para praticar a adoção é saber se o pretenso adotante é maior de idade, pois a adoção é mediada por maior de 18 anos ou pela tutela de algum responsável.
O Patinhas também orienta que haja espaço para que o animal fique seguro. Caso seja casa, é necessário que tenha muro e portão. Caso seja gato, para morar em apartamentos, orienta-se ao pretenso tutor que coloque tela em sacadas e janelas.
Também é responsabilidade do adotante efetivar os ciclos de vacinas e proporcionar uma alimentação adequada e de qualidade ao animal.