Em 2019, cerca de 16,6% (ou 186 mil) dos tocantinenses de 18 anos ou mais de idade sofreram agressão psicológica, física ou sexual. Além disso, cerca de 8,1% (ou 15 mil) dessas vítimas deixaram de realizar atividades habituais em decorrência da violência sofrida. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) - Acidentes, Violência, Doenças Transmissíveis, Atividade sexual, Características do trabalho e Apoio social, divulgada nesta sexta-feira, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e feita em parceria com o Ministério da Saúde.
A PNS revela que no Tocantins a violência atinge mais as mulheres, os jovens, as pessoas brancas e a população de menor rendimento. Segundo a pesquisa, o percentual de mulheres que sofreram violência é de 18,4% ante 14,8% de homens. Entre jovens de 18 a 29 anos, o percentual chega a 23,5%, enquanto é de 20% na faixa de 30 a 39 anos; 14,1% entre os adultos de 40 a 59 anos e 9,1% entre os de 60 anos ou mais.
As pessoas que se declararam brancas (18%) sofreram mais com a violência do que as pessoas pardas (16,8%) e pretas (15%). A mesma tendência ocorreu com a população com menor rendimento per capita (sem rendimento ou até 1/4 do salário-mínimo), em comparação com a de maior rendimento (mais de 5 salários-mínimos), os índices foram de 23,9% e 5,5%, respectivamente.
“Há uma incidência maior de violência entre pessoas com domicílios com menor rendimento. Mas não podemos fazer uma correlação entre pobreza e violência, pois há outras questões envolvidas como a cultural, o machismo e o racismo”, pondera a analista da pesquisa, Flavia Vinhaes.
De acordo com a pesquisa, 16,2% dos tocantinenses de 18 anos ou mais sofreram violência psicológica, 4% violência física e 0,6% sofreram violência sexual nos últimos 12 meses anteriores à entrevista. Sendo que a maior parte dos autores desses três tipos de violência são pessoas conhecidas das vítimas.
O Instituto também questionou se a pessoa sofreu violência sexual alguma vez na vida – e não apenas nos 12 meses anteriores. Estimou-se que 54 mil tocantinenses de 18 anos ou mais de idade (4,9%) foram vítimas desse tipo de violência, independentemente do período de referência. O percentual de mulheres que sofreram abuso sexual é maior: 6,3% ante 3,3% de homens.
Acidentes
No Tocantins, 62,2% dos adultos afirmaram usar sempre o cinto de segurança no banco da frente quando dirigiam ou andavam de automóvel. O índice é menor quando se considera o uso de cinto no banco de trás do carro: 52,2%. Embora obrigatório, o uso do cinto no banco da frente sofre variações dependendo do recorte. Homens são um pouco mais resistentes à medida: 57,7% declararam usar sempre contra 66,5% das mulheres. A diferença no aspecto etário é ainda maior. Jovens usam menos o cinto, já que o menor percentual foi constatado entre pessoas de 18 a 29 anos, com 52,8%, e a maior taxa entre as pessoas de 60 anos ou mais, 67,3%.
Já para o uso do cinto de segurança no banco de trás, a aceitação é menor e o índice cai ainda mais. Menos da metade dos homens (48,8%) afirmaram usar sempre, contra 55,6% das mulheres tocantinenses. No quesito idade, os jovens de 18 a 29 anos também registraram a menor taxa (46,7%) e as pessoas de 40 a 59 anos, a maior (56,2%). Apesar disso, comparando os estados da Região Norte, Tocantins tem o segundo melhor percentual de uso do cinto no banco traseiro (52,2%), perdendo apenas para Rondônia (62,9%).
Conforme a PNS, das pessoas de 18 anos ou mais que informaram dirigir motocicleta no Tocantins, 91,6% sempre usavam capacete. O índice é mais alto na faixa de pessoas com maior escolaridade, chegando a 94% entre quem tem nível médio e superior incompleto, 93,7% entre quem tem superior completo, ao passo que entre aquelas sem instrução ou com fundamental incompleto é mais baixo (87,3%) do que a média estadual. A pesquisa mostra ainda que entre os adultos que andavam de moto como passageiros, 92,6% sempre usavam a proteção.
Cenário nacional
No Brasil, cerca de 18,3% (ou 29,1 milhões) das pessoas acima de 18 anos sofreram algum tipo de agressão psicológica, física ou sexual nos 12 meses anteriores à entrevista. A violência atinge mais as mulheres, os jovens e a população de menor rendimento. Ao contrário do que foi constatado no Tocantins, a média nacional aponta que pessoas declaradas pretas e pardas, sofreram mais que as brancas.
A Região Norte apresentou o maior percentual de violência na população pesquisada (18,7%), seguida da Região Sudeste (18,6%), Norte (18,1%), Centro-Oeste (17,8%) e Sul (16,7%). Sergipe foi o estado com o maior índice de adultos vítimas de agressões (24,9%), seguido de Roraima (22,3%) e Bahia (21,8%). O Tocantins registrou a 19ª posição (16,6%).
No país, cerca de 79,7% da população adulta usava constantemente cinto de segurança no banco da frente, quando dirigiam ou eram passageiros. A prevalência desse uso foi maior entre as mulheres (81,5%), na área urbana (82,6%) e entre os idosos (84,8%). Já a proporção de pessoas que sempre usavam cinto quando andavam no banco de trás foi de 54,6%. As diferenças regionais são relevantes: a menor taxa desse quesito foi registrada no Norte (43,4%) e a maior, no Sul (67,5%), uma diferença de mais de 20 pontos percentuais.