Com o objetivo de identificar iniciativas de proteção de áreas naturais em escala municipal, apoiar e cooperar em âmbito regional para a criação de Unidades de Conservação (UCs) e outras modalidades de áreas protegidas nos municípios, identificadas em paisagens urbanas e rurais, foi lançado em 2019 o Projeto Áreas Protegidas Municipais no Matopiba.
Implementado pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), este projeto está inserido na iniciativa Parceria Para o Bom Desenvolvimento (Good Growth Partnership, em inglês), executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
Em Palmas, o projeto realizou estudos do Parque Natural Municipal Papagaio Galego, uma Unidade de Conservação de proteção integral, com 18,74 hectares. Localizado na área urbana, que integra o Sistema Municipal de Infraestrutura Verde do município de Palmas (TO). Ele está aproximadamente 10 km do Parque Cesamar e a 14 km do Parque Urbano Linear dos Povos Indígenas, que constituem parques de usos múltiplos (áreas consideradas Áreas Verdes Urbanas e que compõem a infraestrutura verde de Palmas).
Este espaço encontra-se a cerca de 37 km do Parque Estadual da Serra do Lajeado e a 14 km da Área de Proteção Ambiental Estadual da Serra do Lajeado e tem como objetivo proteger áreas naturais de Cerrado localizadas na Avenida Parque, precisamente na esquina com a Alameda 24, ARSO 151.
Cabe ao Poder Público finalizar o processo de homologação do parque e detalhar o plano de manejo do mesmo. Com ajuda do IEB e Parceria Para o Bom Desenvolvimento, estão sendo trazidas colaborações para a elaboração do Plano de Manejo, mas cabe à Fundação Municipal de Meio Ambiente contratá-lo e executá-lo em um futuro próximo para garantir mais uma ação de conservação do bioma na região.
“Percebe-se que esta parte da cidade expandiu e muitos condomínios foram surgindo próximos ao parque. A criação desta Unidade de Conservação oferece aos moradores a possibilidade de lazer e de atividades físicas. Em um momento de pandemia, quando todos estão confinados, o espaço é uma ótima alternativa de contemplação da natureza trazendo assim também um alívio em um momento de isolamento. Com um Cerrado bastante conservado, o Papagaio Galego também oferecerá possibilidades de educação ambiental para as escolas do município”, destaca o coordenador-geral do projeto, Michael Becker.
As UCs são fundamentais para o desenvolvimento territorial e ambiental sustentável, bem-estar da população local e ampliação da conservação do Cerrado, especialmente nas regiões consideradas áreas-chave para a biodiversidade: porção centro-sul do Tocantins e oeste da Bahia.
A iniciativa garante a conservação e recuperação das áreas naturais, mantendo a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos. O espaço deve oferecer possibilidades para a pesquisa científica, educação ambiental, lazer e recreação de forma compatível com os seus atributos naturais.
O potencial para o uso público é diverso, com possibilidades para visitação como observação de fauna, trilhas suspensas, interpretativas, educativas, sensoriais e inclusivas com acessibilidade a cadeirantes, idosos, deficientes visuais, auditivos, dentre outros. Na sua área de entorno podem ser instalados equipamentos de lazer e recreação além de ciclovias e pista para caminhadas e corridas.
Por que o Parque está sendo construído?
O processo de criação do Parque é fruto da compensação ambiental exigida no Termo de Compromisso nº 11/2013, presente no processo de licenciamento ambiental nº 2012022208, referente ao microparcelamento da quadra ARSO 151. Neste termo, as obrigações definidas ao empreendedor foram a criação e implantação da Unidade de Conservação com objetivo de preservar o remanescente de Cerrado.
Qual é a importância biológica?
Inserido no Sistema Hidrográfico do Rio Tocantins e Sub-bacia hidrográfica do Ribeirão Taquarussu Grande, o parque desemboca no Lago UHE Lajeado após percorrer cerca de 39,41 km desde suas nascentes mais distantes.
Possui cobertura vegetal nativa bastante íntegra com poucas evidências de corte seletivo de madeira ou uso intensivo de produtos não madeireiros. Estima-se que 2,59 hectares da área do Parque estejam cobertos pelo Cerrado típico, que forma manchas com Cerradão, enquanto que os demais 15,81 hectares são cobertos por florestas, que são conhecidas como Floresta Estacional Semidecidual (Mata Seca), porção de vegetação que está presente tanto na Mata Atlântica quanto no Cerrado.
Com os dados levantados no Parque e região de entorno, foram constatadas diversas espécies da fauna e da flora, entre elas 113 répteis e anfíbios, 363 aves (arara-azul-grande e topetinho-do-brasil-central), 75 mamíferos (tamanduá-bandeira e gato-do-mato), 191 peixes e 512 espécies de plantas como ipê-roxo, cedro, sucupira-preta, garapa e catuaba.
O programa quer cooperar com o poder público e facilitar os processos que já estavam encaminhados. Assim, achamos no Parque Papagaio Galego uma grande oportunidade de cooperação entre o IEB, Programa Parceria para o Bom Desenvolvimento e a Fundação Municipal de Meio Ambiente. Estamos aqui para cooperar com o poder público e principalmente trazer benefícios à população urbana com a criação desse parque em específico.