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Palmas

Foto: Luciana Pires

Segundo ranking da revista nacional Limpeza Pública da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública, o aterro sanitário de Palmas/TO é a melhor referência para a região Norte e um dos dez melhores do Brasil. A avaliação é resultado do cumprimento de requisitos de segurança e qualidade. 

Em funcionamento 24 horas, o Aterro Sanitário da Capital é totalmente mecanizado, de modo que nenhum funcionário tem contato direto com os resíduos ali recebidos. Atualmente, segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seisp), o aterro possui 21 servidores, entre operadores e quadro administrativo. 

Considerada a solução de engenharia mais eficiente e adequada para destinação final do lixo gerado por uma cidade, este serviço municipal atualmente recebe cerca de 340 toneladas de lixo por dia. Trata-se de resíduos recolhidos de toda a cidade de Palmas e distritos. Para manter em operação este equipamento público com padrões de eficiência, Palmas investe cerca de R$ 4.585.836,72 por ano, segundo a Seisp. "Estamos falando em investimento em destinação adequada de lixo gerado por toda a cidade, cujos principais reflexos são a cidade limpa e economia para o sistema de saúde pública", ressalta o engenheiro civil e responsável técnico Bruno Mouzinho. 

Da coleta à sexta célula 

Em Palmas, toda sacolinha de lixo recolhida da porta de uma casa é encaminhada ao aterro por caminhões de coleta. Já na guarita, o caminhão é pesado para conferência da carga e controle do volume de resíduos recebidos pelo aterro.  Somente, então, o veículo é autorizado a se dirigir à área de células. As células são grandes depósitos com fundo impermeabilizado por geomembrana, onde todo resíduo descarregado é compactado e coberto (em camadas). Em 31 de dezembro de 2020, o aterro colocou em operação a sexta célula. Por dia ela recebe, em média diária, 340 toneladas de lixo. 

Com o caminhão dentro da sexta célula, o operador sinalizador indica o local onde deve ser descartada a carga de resíduos. Nem ele nem os operadores das máquinas têm qualquer contato com o resíduo. 

Tratamento 

O lixo compactado - com o passar do tempo - produz um líquido chamado chorume. Líquido este rico em metais e amônia, que não tem contato com o solo em razão da proteção dada pela manta impermeabilizante. Ela auxilia tanto na proteção do solo como no direcionamento por grandes tubulações do chorume in natura até um sistema de tratamento formado por lagoas. As lagoas consistem em um sistema de tratamento anaeróbio, que utiliza bactérias para decomposição do chorume, até sua devolução ao meio ambiente com 80% de eficiência.

Saiba mais

Considerando o volume de resíduos encaminhados diariamente, a expectativa é de que esta sexta célula permaneça ativa por quatro anos. Em relação à área onde o aterro está em operação (há 20 anos), esta possui 92 hectares. “A projeção de vida útil, com base no atual volume de lixo gerado pela Capital, é de que, com a abertura de novas células, o aterro tenha mais 20 anos para operação”, explica Bruno Mouzinho.

As curiosidades sobre o Aterro Sanitário de Palmas não param por aí. Em função da rotina de cobertura do lixo compactado, o aterro não gera cheiro forte, comumente encontrado em lixões, onde não há qualquer controle ou tratamento do resíduo.  Além disso, eucaliptos circundam todo seu perímetro atuando como barreira natural de odor. 

Além do chorume, o lixo ali depositado também gera um segundo subproduto, o biogás. Segundo a Seisp, o biogás poderá ser futuramente canalizado e utilizado para geração de energia elétrica, fonte sustentável de geração de energia limpa para uso da sede do aterro, por exemplo. Para compreender o passo a passo de como funciona a operação de um aterro sanitário confira aqui vídeo com detalhes de como funciona este serviço tão importante para Palmas.