Os 80 brigadistas que vão atuar no combate às queimadas ilegais e incêndios florestais no Tocantins começaram nessa quinta-feira, 29, o Curso de Formação e, na segunda-feira, 1º de agosto, já deverão iniciar as escalas de trabalho, sob a supervisão das Companhias de Bombeiros Militares. Todos eles participaram do teste físico, dia 26, garantindo suas vagas no grupo de 80 pessoas.
Cada uma das 8 unidades do Corpo de Bombeiros Militar é a responsável pela formação dos 10 brigadistas que vão atuam na região onde está instalada. Apenas Gurupi ainda não iniciou o curso, pois não houve quantidade de brigadistas suficiente para a formação da Brigada. Uma nova chamada será feita.
A seleção dos 80 brigadistas foi permitida pelo governador Mauro Carlesse, por meio de recursos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Os grupos são formados por homens e mulheres de todas as regiões do Estado, inclusive, em Palmas, três indígenas xerentes se classificaram para fazer parte da Brigada.
Nesta manhã, as noções de primeiros socorros foram alguns dos conteúdos passados à sala, mas vão ver também, principalmente, sobre as técnicas de combate ao fogo e uso dos equipamentos.
“Trata-se de um reforço importante, dado ao fato de, no Tocantins ter uma cultura de queimadas, as pessoas utilizarem fogo para eliminar a vegetação. Isso tem prejudicado o meio ambiente, trazido prejuízos e grande demanda para o Corpo de Bombeiros Militar”, explicou o major Nilton Rodrigues dos Santos, diretor de Ensino e Pesquisa da corporação.
Os brigadistas vão atuar somente no combate às queimadas ilegais e incêndios florestais. Cada grupo de cinco pessoas vai cumprir uma escala de trabalho, permanecendo nos Batalhões e nas Companhias de Bombeiros. “Eles chegam num momento importante, devido termos iniciado nossos trabalhos nos combates. E de agora para frente, devido a baixa umidade e a alta temperatura, vegetação muito seca e os fortes ventos, isso propicia a propagação dos incêndios florestais”, completou o major.
A orientação do Corpo de Bombeiros Militar à população é que não queime lixo varrido do terreiro, nem as palhas juntadas nas beiras da mata. “É um período crítico e a chegada dos brigadistas fortalece nossa força de trabalho”, afirmou Nilton Rodrigues.
O Curso de Formação vai até sábado de tarde, aliás, na data, será a parte prática para o combate, com abertura de aceiros secos, aceiros negros e uso de equipamentos como abafador, soprador e bomba costal, os principais itens a disposição da Brigada. Na segunda-feira, as escalas começam a ser executadas.
A importância da chegada do grupo foi destacada também pela tenente-coronel Andreya de Fátima Bueno, comandante do 1º Batalhão, que classifica as queimadas urbanas e florestais ilegais como maior desastre no Tocantins. “Nós nos sentimos, de certa forma, impotentes e incapazes de atender todas as ocorrências que chegam. A inclusão dos brigadistas não vai ser suficiente ainda, mas certamente alcançaremos um maior número de pessoas, de propriedade, de vida e meio ambiente”, pontuou a comandante.
“É importante ter os brigadistas aqui, como um braço, como um reforço nesse período e assim trazer um pouco mais de saúde nesse momento, que envolve o clima seco, a fumaça e a pandemia”, completou.