Pelo menos 30 famílias permanecem acampadas em uma área que pertence à União dentro de uma fazenda localizada no município de Palmeirante, a cerca de 360 km da capital Palmas/TO, após um conflito agrário que ocorreu na semana passada, resultando em uma morte, além de vários feridos.
A informação é do advogado Marcos Arruda Espíndola, que representa a Associação dos agricultores familiares do acampamento Maria bonita, localizado no lote 268. A área fica dentro da fazenda Navarro - Gleba Anajá.
De acordo com o advogado, após o conflito, algumas famílias se mudaram para casas de parentes em nova Olinda, Palmeirante e cidades próximas. Já as famílias que ficaram no acampamento não têm para onde ir, afirma.
O advogado informou ainda que a associação vai recorrer na justiça para revogar a liminar concedida em maio deste ano determinando a reintegração de posse. “As famílias querem a regularização fundiária desta área em que vivem desde 2015 e que fazem parte do sustento familiar”, afirmou Espíndola.
Conflito
Na última sexta-feira, 6, os camponeses foram aterrorizadas por homens encapuzados e armados que chegaram ao local em uma caminhonete.
Segundo representantes da associação, seriam pelo menos 12 pessoas que teriam sido enviadas pelos fazendeiros, supostos donos da propriedade rural, para exigir a saída das famílias do local.
O ataque resultou na morte de Getúlio Coutinho dos Santos, de 54 anos, e vários feridos.
Já Nesta terça-feira, 10, a mesma vara judicial que havia concedido liminar para desocupação do local em maio, proferiu uma decisão na qual reconhece a “incompetência absoluta” para processar e julgar o caso. O processo agora vai para 2° Vara Federal da Subseção Judiciária de Araguaína.
O episódio de violência motivou a Operação Terra Arrasada, da Polícia Federal, realizada nesta quarta.