Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Saúde

Foto: Luciana Pires

Foto: Luciana Pires

Do mesmo modo que setembro, outubro e novembro são os meses de prevenção ao suicídio, câncer de mama e do câncer de próstata, respectivamente, o de dezembro vem com uma missão extremamente importante: conscientizar a sociedade para a quebra de tabus em relação ao vírus do HIV, causador da doença Aids.

Dentre todos os alertas que o Dezembro Vermelho, um dos mais importantes, é reforçar a evolução da medicina nessa área, que permite reconhecer uma doença, hoje, ponderada. "Quando se descobriu o HIV não havia cura, foi uma trajetória parecida com a do novo coronavírus. Com o decorrer dos anos, foram criados medicamentos que controlam a multiplicação do vírus. Entretanto, ainda hoje as pessoas ficam com estigmas de fazerem o teste e acabam por não fazer, vivendo assim anos com o vírus e, inconsequentemente, transmitindo ele por meio de relações sexuais sem proteção”, explica a enfermeira Gisele Araújo, uma das responsáveis pelo Núcleo de Atendimento Henfil.

Embora seja uma doença que requer muita atenção e cuidado, muitos estudos desenvolveram-se e, atualmente, ela é tratável e controlável. “O HIV é um vírus que afeta nosso sistema imunológico. Ele ataca as nossas células responsáveis por produzirem nossa imunidade e, com isso, deixa o nosso organismo vulnerável às doenças oportunistas, como a gripe”, complementa a enfermeira.

Dezembro Vermelho

Esse é um mês de conscientização para as pessoas munirem-se de informação verdadeira e libertarem-se dos preconceitos e receios em relação ao tratamento e as testagens de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST´s), incluindo o HIV/Aids. Cuidar e prevenir são atitudes fundamentais para abrir um horizonte cheio de possibilidades. "Muitas pessoas têm medo e até mesmo certo preconceito em se submeter ao exame e essa atitude é extremamente prejudicial. Isso torna a descoberta de casos novos mais difíceis, impedindo que o tratamento possa ser iniciado no início do contágio”, alerta Gisele.

Ter HIV significa ter Aids?

Existe uma confusão típica entre as pessoas, que é acreditar que ser portador do HIV (sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana) e a Aids (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) são a mesma coisa. Segundo a enfermeira Gisele, definitivamente não são. “O doente de Aids já tem o vírus dominante no corpo e ele transforma o sistema imunológico em deficitário. Já quem tem o vírus do HIV no organismo pode ser portador mesmo sendo assintomático, ou seja, não ter sintoma algum, mas, se tem o vírus no corpo, pode transmiti-lo. Nesse caso, significa que a pessoa é portadora do HIV, mas não é doente com a Aids”, ressalta.

Principais formas de prevenção

O autocuidado deve existir sempre e, para isso, a ciência criou inúmeras formas para relações sexuais seguras. Fora as testagens de ISTs e camisinhas, disponíveis nas Unidades de Saúde da Família (USF), Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) e no próprio Henfil, existe o uso das profilaxias Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP).  Trata-se de intervenções biomédicas e comportamentais para barrar a transmissão do HIV/Aids de acordo com as características individuais e o momento de vida de cada pessoa. “O PrEP é uma forma de prevenção da infecção pelo HIV através da tomada de um comprimido diário, mas isso não substitui o uso do preservativo", explica Gisele, ao ressaltar que o ideal é fazer um uso combinado (preservativo + PrEP).

O PrEP é indicado principalmente a populações com graus maiores de vulnerabilidade e vincula a pessoa ao serviço de saúde do Henfil, propiciando a abordagem de outras questões, além da infecção pelo HIV. Já o PEP é aconselhável em caso de relações sexuais desprotegidas em até 72 horas. A pessoa exposta deve procurar a UPA e pegar a medicação. “É, também, um momento onde todos os testes para outras IST são realizados, ampliando ainda o cuidado à saúde dessa pessoa”, explica a enfermeira.

Henfil

O Núcleo de Assistência Henfil é um Centro de Saúde que realiza atendimento especializado para as pessoas que apresentam HIV, Aids, hepatites virais, infecções sexualmente transmissíveis e doenças tropicais (Chagas, Leishmaniose, Toxo, etc). O Henfil possui o serviço de Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que é responsável por realizar testes rápidos para identificação de HIV, Sífilis, Hepatite B e Hepatite C.

O teste rápido é realizado por demanda espontânea, não havendo necessidade de agendamento. Consultas com médicos e a equipe multiprofissional para acompanhamento de inúmeras pessoas são ofertadas no local. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17 horas.

O Henfil realiza também palestras e testes rápidos em empresas, órgãos públicos, instituições e em eventos atendendo a convites dos dirigentes destes locais. Os interessados podem enviar um ofício para a Secretaria Municipal de Saúde (Semus), solicitando o serviço ou podem entrar em contato pelo telefone