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Polí­cia

Foto: Divulgação

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A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP/TO) afirma que o Tocantins pode comemorar a marca de dois anos sem ocorrência de ataques a carro-forte e atentados a estabelecimentos bancários na modalidade “novo cangaço”, praticada por quadrilhas "qualificadas", com grande planejamento e armamento pesado. 

A ausência de registros se deve, em grande parte, segundo a SSP/TO, ao forte trabalho realizado pela Polícia Civil do Tocantins, por meio da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (Deic), que é responsável pelas investigações de roubo a bancos e instituições financeiras equiparadas. 

De acordo com o delegado da Deic de Palmas, Eduardo Menezes, o cenário positivo é resultado do aprofundado trabalho de investigação iniciado no final do ano de 2019 e que se estendeu pelos anos de 2020 e 2021. “Este trabalho consiste em não se limitar à identificação dos assaltantes responsáveis por participar da cena do crime, mas também alcançar a parte do grupo atuante no apoio logístico de bastidores, como na compra do armamento e munição, transporte e outros atos de preparação”, explicou o delegado. 

Segundo estatísticas da Polícia Civil, no ano de 2019 foram registrados quatro assaltos a carros-fortes. Em 2018, o novo cangaço atuou em seis oportunidades. Em 2017 foram 12 roubos a agências bancárias na modalidade novo cangaço, enquanto em 2016 foram contabilizadas dez ocorrências. 

Operações

O delegado da Deic explica ainda que a complexa e minuciosa coleta de dados foi materializada nas operações Guerra Justa e Américo Gama, que desarticularam as duas principais organizações que atuavam no Tocantins.  

Em Guerra Justa, a investigação conseguiu apontar os cincos responsáveis por atacar um carro-forte, em agosto de 2019, na TO-30, entre as cidades de Colinas e Arapoema. À época, o tiroteio assustou os moradores e chamou atenção pelo poderio bélico dos assaltantes.

As investigações apontaram, ainda, para a utilização de uma aldeia indígena na região do município de Santa Fé do Araguaia como ponto de apoio do grupo criminoso. Um indígena havia sido recrutado pelo bando para auxiliar nas rotas de fuga pela região de mata. 

Trabalho de identificação

Durante a operação Guerra Justa identificou-se também que outra parte do grupo ficava encarregada de realizar o transporte do armamento, valendo-se dos caminhões de uma madeireira de fachada, localizada no Estado de Pernambuco. 

Já na Operação Américo Gama foi identificado e preso um dos mais procurados assaltantes de banco do País, líder da famosa “Turma dos Pipoca” e responsável pelo atentado a um carro-forte na região de Pequizeiro.

Novo Cangaço

O Novo Cangaço é uma modalidade de crime que existe desde 1990 e foi originada no Nordeste, onde grupos altamente armados atacavam pequenas cidades do sertão para realizar crimes cinematográficos, cercados de muita violência. 

Atualmente, esta espécie do crime tem se espalhado pelo país e é praticada por quadrilhas "qualificadas" e com grande planejamento, na maioria dos casos, esses grupos são oriundos de grandes facções criminosas fortemente equipadas. (Com informações SSP/TO)