Por iniciativa da presidente da Comissão de Relações Exteriores (CRE), Kátia Abreu (PP-TO), o colegiado irá reunir-se com o embaixador da Rússia no Brasil, Alexey Labetsky, e com o encarregado de negócios da embaixada da Ucrania, Anatoly Tkach. A senadora deixou claro que o objetivo é esclarecer as posições de cada país no conflito deflagrado desde o final de fevereiro, além das relações desses países com o Brasil e o oferecimento de ajuda humanitária.
Também por inciativa de Kátia Abreu, a CRE ainda deve se reunir com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França. A senadora detalha que o Brasil já tem sido fortemente impactado pela guerra, e por isso cabe uma ida do chanceler à comissão, quando poderá detalhar as posições brasileiras.
"O voto do Brasil na ONU foi contra a invasão russa, mas ficou uma imagem dúbia, pois embora o Brasil tenha tomado essa atitude, houve comentários de algumas autoridades brasileiras no sentido contrário. Poderemos nos aprofundar ainda sobre os prejuízos para o Brasil no que diz respeito principalmente a fertilizantes e trigo, essas importações que são vitais para o Brasil. Somos muito dependentes da importação de trigo, principalmente da Rússia, mas somos fortemente dependentes de fertilizantes russos também. Os produtores brasileiros estão em polvorosa e com razão, não só por conta do fertilizante, mas diante da guerra com o aumento do petróleo", reforçou Kátia.
Para a senadora, a ida de diplomatas da Rússia e da Ucrânia à CRE servirá para que o colegiado, e o país, também possa entender melhor as nuances do conflito. Kátia entende que Putin "cometeu um grande erro estratégico" ao invadir a nação vizinha, mas também entende que os EUA têm tido uma atitude muito hostil contra a Rússia, o que não colabora.
"Não Existe Santo Nessa História"
"Estamos vendo por parte dos americanos um ataque muito frontal aos russos, desnecessário para quem quer fazer um acordo. Quando Biden agride e ataca Putin, em que pese suas razões sejam todas justificadas, ao mesmo tempo vejo uma dificuldade ainda maior, um distanciamento no que diz respeito a acordos. Não existe santo nessa história", defendeu a presidente da CRE.
Kátia Abreu ainda irá definir em quais datas a comissão receberá França, Labetsky e Tkach.
A CRE aprovou também cinco outras proposições:
1) Criação da Frente parlamentar de apoio à Corte Penal Latino-Americana e do Caribe contra o Crime Organizado (Copla). O PRS 89/2019 vai ao Plenário.
2) Acordo de Cooperação Antártica entre Brasil e Chile, assinado em 2013. O PL 406/2019 vai ao Plenário. Igualmente aprovado foi o Acordo de cooperação entre Brasil e Israel em questões relacionadas à área de defesa foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores.
3) Acordo Brasil-Luxemburgo: A Comissão de Relações Exteriores aprovou texto de acordo de cooperação entre Brasil e Luxemburgo sobre troca e proteção mútua de informação sigilosa entre governos.
4) Acordo Brasil-Israel em defesa: Acordo de cooperação entre Brasil e Israel em questões relacionadas à área de defesa foi aprovado na Comissão de Relações Exteriores.
5) Acordo Brasil-Angola na área de defesa: A Comissão de Relações Exteriores (CRE) aprovou acordo de cooperação entre Brasil e Angola na área de defesa, assinado em 2010.
Os 4 acordos votados vão ao Plenário com urgências aprovadas na comissão. (Agência Senado)