Em Palmas, nove casos de Dermatite da Mariposa foram confirmados pela Secretaria de Saúde (Semus) de Palmas, por meio da coordenação de Vigilância em Saúde e do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs Palmas). Para auxiliar a rede de saúde do Município a detectar a doença, a Sociedade Brasileira de Dermatologia do Tocantins (SBD-TO) promove a palestra 'Identificar e conduzir' com Claudia Ferraz, dermatologista, doutora em Medicina Tropical e professora de dermatologia na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que colaborou na investigação do surto no Estado, ocorrido em 2021.
A ação é voltada para médicos tanto da rede pública quanto da rede particular e ocorrerá por videoconferência na plataforma Zoom, na próxima quarta-feira, 13, às 19h30. São 300 vagas disponíveis e os profissionais interessados podem se inscrever por meio do e-mail urrcievspalmas.to@gmail.com, onde devem ser encaminhados nome completo e contato telefônico/WhatsApp.
Para o presidente da SBD-TO, Miguel Avila, a identificação da dermatite provocada por mariposas no Tocantins trouxe a necessidade de uma abordagem correta dessa situação pouco conhecida. “O objetivo da palestra com a médica Claudia Ferraz é munir toda a classe médica com o conhecimento necessário para o correto manejo dessa infrequente afecção dermatológica”, destaca o profissional.
Doença
A dermatologista Luciane Prado foi a primeira profissional a atender casos da doença em Palmas, após um grande grupo de pessoas irem buscar atendimento de saúde com coceira em pontos expostos do corpo. A confirmação para dermatite da mariposa ocorreu depois das equipes da Semus compararem os casos com o surto de coceira ocorrido em Pernambuco.
Segundo Luciane, a dermatite da mariposa é uma reação alérgica às cerdas eliminadas pela mariposa, da espécie Hylesia, no momento do voo, caracterizada por lesões e coceira. As lesões duram até 15 dias e são caracterizadas por carocinhos vermelhos que causam coceira intensa, geralmente no pescoço, braços e mãos.
A médica explica que o tratamento é feito com antialérgicos e corticóides (pomadas e comprimidos). Alguns casos muito intensos podem ser tratados com medicação intramuscular. Ela informa que também pode acontecer de infecção por bactérias após o paciente coçar a lesão com as unhas sujas. “Nesses casos também entramos com o antibiótico”.
Quanto às lesões, Luciane explica que o cidadão deve procurar a Unidade de Saúde da Família (USF) de referência quando tiver sintomas semelhantes. “Os sintomas são insuportáveis, tiram o sono e podem muitas vezes o diagnóstico pode indicar uma escabiose, que é a sarna. Com isso, muitos pacientes podem realizar tratamento inadequado. É preciso estar atento aos sintomas e procurar ajuda”, finaliza a profissional.