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Meio Ambiente

Foto: Marcel de Paula

A Rede Hidrometeorológica do Tocantins de monitoramento da quantidade e qualidade das águas do Estado iniciou nova etapa do projeto de adensamento e ampliação do número de Plataforma de Coleta de Dados (PCD’s). A primeira das cinco estações que serão instaladas, ainda neste ano, foi concluída e entrou em funcionamento no rio Crixás, em Brejinho de Nazaré, na quinta-feira, 11.

Outras três estações estão sendo preparadas para instalação e funcionamento, sendo uma no Rio Dueré, localizado na bacia do Rio Formoso; outra no Rio Genipapo, localizado em Arapoema; e uma terceira no Rio Piranhas, na região de Araguacema. No total serão instaladas 20 novas PCD’s durante essa etapa de ampliação da Rede Hidrometeorológica, que vai avançar para a cobertura de 66 pontos estratégicos de coleta de informações.

Os dados transmitidos, em tempo real, apontam os índices de chuvas, níveis e vazões dos rios; além do monitoramento dos parâmetros físico-químicos, e microbiológicos, utilizados no cálculo do Índice de Qualidade da Água (IQA), que é um indicador de qualidade de água reconhecido a nível nacional.

Os dados da quantidade de água são enviados a cada 15 minutos, via satélite, simultaneamente, para a Sala de Situação da Diretoria de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e para a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).

Já os dados da qualidade da água são coletados e registrados trimestralmente nas visitas de campo, com sondas específicas. Ambos são publicados no site www.to.gov.br/semarh através do Boletim Hidrometeorológico e do Boletim de Qualidade da Água.

A secretária da Semarh, Miyuki Hyashida, frisou os benefícios do adensamento da Rede. “O Estado amplia o aporte de dados de referência da segurança hídrica de pontos estratégicos. O empreendedor pode usar na consulta de viabilidade, antes mesmo de investir na elaboração de projetos; para o consumidor, pode assegurar a continuidade do abastecimento e para a gestão dos recursos hídricos, pode indicar a demanda de tomadas de decisões de políticas públicas, seja por motivo de excesso, de escassez ou alteração dos padrões adequados”, enumerou Miyuki Hyashida.

Desde a criação da Rede Hidrometeorológica, o diretor de Planejamento e Gestão dos Recursos Hídricos, Aldo Azevedo, aponta os avanços na estruturação e adensamento da cobertura de monitoramento. “A meta é alcançar 80 PCD’s ativas no Estado. Ao final da etapa de ampliação que se inicia, a Rede Hidrometeorológica do Tocantins terá saltado de 57,5% para 82,5% do projeto atual de cobertura. São cerca de R$ 1,3 milhão em investimentos nessa nova etapa, para assegurar a análise de licenças e outorgas para empreendimentos sustentáveis, projetados dentro da margem de segurança hídrica”, avaliou Aldo Azevedo.

O gerente de Hidrometeorologia, Lorenzo Rigo Holsbach, grifou a aferição dos dados e os desafios do plano de ampliação da rede. “Além da sonda de coleta e medição dos parâmetros da qualidade da água, outros três modelos aferem os dados da quantidade de água. Qualquer alteração no padrão de informação demanda uma busca da motivação. A ampliação da Rede é um trabalho minucioso, para além do equipamento, pois é preciso considerar a disponibilidade do corpo técnico, a logística, o manejo dos dados, a instalação, a manutenção e substituição de equipamentos, entre outras diretrizes da Agência Nacional”, enfatizou Lorenzo Holsbah.

Em Brejinho de Nazaré a segurança hídrica vai auxiliar os empreendimentos existentes voltados para a agricultura irrigada, pecuária, turismo e lazer, o consumo humano, Piscicultura, dentre outros.

Saiba Mais

A equipe local, comentou durante os testes de funcionamento, que as PCDs funcionam com energia solar, e que os dados são transmitidos simultaneamente para a Sala de Situação na Semarh e para a ANA - Agência Nacional de Águas, por telemetria, via satélite Goes, com tecnologia americana, em intervalos de 15 minutos.

Sobre a ampliação, eles recordaram que, ao longo dos anos, os avanços da Rede Hidrometeorológica são resultado do projeto de adensamento que prevê 80 estações para cobertura dos vazios no monitoramento hídrico no Estado e que contaram que, hoje, a estimativa de investimento em cada estação é de cerca de R$ 65 mil reais em recursos financeiros destinados à estruturação tecnológica da segurança hídrica do Estado.

Ainda durante o bate-papo, o diretor Aldo Azevedo ressaltou que as PCDs geram dados essenciais para a segurança hídrica nos usos múltiplos, desde projetos de irrigação, dessedentação animal, produção da piscicultura, abastecimento das cidades, até a emissão de alertas semafóricos de captação da água, que podem se fazer necessários à manutenção da reserva hídrica de 25% da vazão do rio, prevista em lei, para preservação da ictiofauna, em períodos críticos de estiagem e desordenamento climático.

Mesmo com a vazão estável, em pouco tempo, esse monitoramento poderá indicar o esgotamento da capacidade de outorga em um curso hídrico. O diretor Aldo Azevedo esclarece que nesses casos, a alternativa será o armazenamento de água das chuvas com pequenas elevatórias, pois assim, a água não sai da calha do rio, não impacta as matas ciliares, áreas de proteção permanentes - APPs e nem reservas legais - RLs.