Cerca de 65 mil pessoas no Brasil são portadores do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. A doença é uma patologia inflamatória crônica autoimune que pode se apresentar em dois tipos: o sistêmico, em que os órgãos internos são afetados, e o cutâneo, cuja caracterização baseia-se na presença de manchas na pele, especialmente em locais mais propícios à exposição ao sol. O diagnóstico deve ser feito por um médico pelo conjunto de alterações clínicas e laboratoriais, e não pela presença de apenas uma manifestação clínica isoladamente. No mês de conscientização sobre a doença, são realizadas ações de alerta para um diagnóstico.
A doença afeta, na maioria dos casos, mulheres em idade fértil e os sintomas podem surgir lentamente, o que pode atrasar o diagnóstico. Apesar de aparecerem de forma silenciosa, os sinais são contínuos e variam entre aparecimento de lesões avermelhadas na pele, dores e inflamações nas articulações, mal-estar, anemia, problemas renais, neurológicos, dentre outros.
A médica reumatologista Daniela Japiassú aponta que apesar de ser mais frequente em mulheres, a doença pode ocorrer em pessoas de qualquer idade, raça e sexo e que o diagnóstico precoce faz total diferença para o sucesso do tratamento. “O lúpus é uma doença que, em seu tipo sistêmico, pode acometer vários órgãos, mas quando descoberta em seu estágio inicial, o paciente tem a chance de prevenir as lesões em órgãos vitais. Sem contar que, muitas das vezes, o retardo do diagnóstico pode causar uma disfunção definitiva no órgão afetado", detalha.
Diagnóstico
O diagnóstico da patologia inicia com consulta sobre os sintomas e segue com a realização de exames laboratoriais. A coordenadora técnica do Sabin no Tocantins, Patrícia Cavalcante, explica que entre os exames laboratoriais, está o FAN (Fator Antinuclear), utilizado na avaliação de pacientes com suspeita de doenças reumatológicas, dentre elas o lúpus, feito por meio da coleta de sangue, o qual é capaz de identificar a presença de autoanticorpos produzidos pelo organismo. “Após o teste de triagem positivo, pode ser feita a dosagem de autoanticorpos separadamente, conforme critério do médico assistente, uma vez que a escolha desses autoanticorpos depende do conjunto de sinais e sintomas do paciente", explica a biomédica.