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Cultura

O Hetohoky marca a passagem dos meninos para a vida adulta

O Hetohoky marca a passagem dos meninos para a vida adulta Foto: Emerson Silva

Foto: Emerson Silva O Hetohoky marca a passagem dos meninos para a vida adulta O Hetohoky marca a passagem dos meninos para a vida adulta

A Aldeia Karajá Santa Isabel do Morro, na Ilha do Bananal, está em festa. No próximo final de semana será realizado o Hetohoky, rito de passagem dos garotos dos povos Iny para a vida adulta. O Governo do Tocantins estará representado por equipes de três Pastas, Cultura, Turismo e Comunicação, que realizarão um trabalho interdisciplinar de pesquisa e registro de imagens.

“O desenvolvimento de ações de estímulo ao etnoturismo é uma demanda dos nossos povos ancestrais e uma missão assumida pela Superintendência de Operações Turísticas e Projetos Estratégicos, a partir da orientação do governador Wanderlei Barbosa”, ressalta o secretário de Turismo, Hercy Filho, enfatizando a riqueza cultural do povo Karajá e a beleza natural e preservada da Ilha do Bananal, que ano passado ganhou destaque internacional com a passagem do Rally Sertões.

Para o secretário de Cultura, Tião Pinheiro, todos os esforços voltados à preservação das tradições indígenas denotam um necessário compromisso de resgate com os povos do Estado. “Estaremos abertos ao diálogo para entendermos o processo de produção e comercialização visando a elaboração de projetos de apoio”, explica.

Povo Iny

Os Karajá (Karajá da Ilha ou Karajá do Sul) fazem parte do povo Iny (lê-se Inã, que significa “nós”) que inclui também os Xambioá (Karajá do Norte) e os Javaé. Juntos, formam o maior povo indígena do Tocantins, com 6.123 pessoas, conforme o último levantamento.

A pintura corporal, os rituais e o artesanato são testemunhos vivos de sua cultura. A confecção das bonecas ritxokò conquistou o título de Patrimônio Cultural do Brasil em 2012, por reunir todo um processo de aprendizagem e modo de vida do povo Karajá.

O mesmo valor simbólico é ressaltado durante o Hetohoky (lê-se Retorrokã, que significa Casa Grande), que marca a passagem dos meninos Diré (meninos que estão sendo iniciados) para a vida adulta em um grande ritual que envolve momentos de ensinamento, danças, lutas corporais, brincadeiras como a derrubada de mastro e a saída dos Aruanãs, seres mitológicos ligados às origens do povo Iny.