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Saúde

Foto: Marcos Sandes

Foto: Marcos Sandes

Em Araguaína, durante o período chuvoso que ocorre entre os meses de novembro e abril, chama a atenção da Saúde do Município o aumento de casos de doenças respiratórias, principalmente, em crianças. Entre as principais doenças estão a rinofaringite, faringite, amigdalite, sinusite, laringite e a bronquiolite.

Dentre essas, a mais comum e que vem sendo um dos principais motivos de atendimentos dos pequenos no PAI (Pronto Atendimento Infantil) de Araguaína é a bronquiolite, uma inflamação aguda das vias aéreas mais estreitas conhecidas como bronquíolos, responsável por levar oxigênio aos pulmões.

Em períodos de alta demanda, como este, o ISAC (Instituto de Saúde e Cidadania), que administra o PAI e o Hospital Municipal Eduardo Medrado, sob supervisão da Secretaria da Saúde de Araguaína, tem atuado com mais um médico complementar nos horários com mais demandas de urgência e emergência.

Esse reforço médico melhora o acolhimento dos moradores, como da pequena Emilly Vitória, de 2 anos. “Ela já estava com três dias gripadas, mas, quando começou a dar febre e ter dificuldade para respirar, me preocupei e trouxe no PAI. Graças a Deus já medicada e agora vou aumentar meus cuidados com ela”, contou a mãe, Raylana Patrícia Gama, que reside no Setor Araguaína Sul.

Número de casos

De acordo com dados do ISAC, cresceu a quantidade de casos da doença. Do mês de janeiro deste ano até o último dia 28 de março, o PAI atendeu 3.837 casos de infecção aguda de vias áreas, as chamadas síndromes respiratórias. Em comparação ao mesmo período em 2022, o aumento foi de 107%, quando a demanda infantil ainda era atendida na UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Já o HMA (Hospital Municipal de Araguaína) registrou um aumento de 44,9% no número de internações por infecção aguda de vias aéreas. Neste ano, de 1º de janeiro até 28 de março, já foram realizadas 229 internações, enquanto no mesmo período do ano passado foram 158.

Conforme explica a médica pediatra e diretora técnica do PAI e HMA, Elena Medrado, a bronquiolite é frequente durante epidemias e acomete, principalmente, os bebês de até 2 anos de idade. “Em todo o Brasil tem sido grande a incidência da bronquiolite. Em nossas unidades, especialmente no Pronto Atendimento Infantil, cresceu a movimentação de crianças e por isso reforçamos nosso atendimento com mais profissionais”.

Sinais e sintomas

Ainda segundo a especialista, os sintomas iniciais da doença respiratória podem ser confundidos com os da gripe ou até mesmo de um resfriado: tosse persistente, febre acima de 37,5º C, nariz entupido e coriza. Depois dos primeiros dois dias, a criança pode desenvolver outros sinais.

“Caso os pais ou cuidadores percebam que a criança apresenta chiado e alargamento das narinas ao respirar, aumento da irritabilidade, cansaço, respiração rápida, ou falta de ar, diminuição do apetite, diarreia, moleza e dificuldade para dormir nossa orientação é a busca pelo médico”, disse a médica.

A criança com sintomas de bronquiolite que procura o PAI passa pela avaliação médica, em alguns casos de agravos do quadro sintomático permanece em observação para medicação. A internação se faz necessária somente quando o paciente precisa de cuidados mais específicos no hospital, como a baixa da oxigenação do sangue, o que a leva a precisar de tratamento com oxigênio.

Prevenção

Os riscos de desenvolver doenças e infecções respiratórias podem ser reduzidos com algumas ações, como: evitar a exposição dos bebês e crianças em locais aglomerados, introdução de objetos no nariz ou boca, contato com pessoas infectadas, ambientes muito úmidos, com excesso de poeira, mofos e ácaros, que são propícios ao desenvolvimento de alergias que podem ser acompanhadas de uma infecção respiratória.

Além disso, os pais devem manter a higienização das mãos dos filhos e a hidratação das crianças. A bronquiolite tem cura e após o diagnóstico de um profissional, a criança pode melhorar entre três e sete dias.

Pronto Atendimento Infantil

Em Araguaína, as crianças de até 11 anos moradoras da cidade e região contam com os serviços especializados do PAI, por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). A unidade de urgência e emergência completou um ano recentemente e atende 24 horas, no Jardim das Flores.

O local possui mais de 100 profissionais, entre médicos clínicos e pediátricos, enfermeiros, assistentes sociais, farmacêuticos, nutricionistas, técnicos de enfermagem, de laboratório e de raio-x.