Cerca de R$ 100 milhões serão aportados para financiar o avanço de pequenos provedores de internet de todo o País. É que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou a subscrição de R$ 80 milhões do Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações (Funttel), por meio por meio de aquisição de direitos creditórios (FIDC) originados pela DPR Telecomunicações - os outros R$ 20 milhões serão disponibilizados pela própria empresa. O Ministério das Comunicações (MCom) participa do Conselho Gestor do Funttel.
A DPR Telecomunicações é provedora de soluções para provedores de internet banda larga de fibra ótica e poderá vender seus produtos desenvolvidos e produzidos no país com taxas e prazos competitivos aos seus clientes, prestadoras de pequeno porte (PPP) de serviços de telecomunicações - majoritariamente, micros, pequenas e médias empresas (MPMEs). A estimativa é de que 500 PPPs acessem os recursos.
A operação possibilita, além da promoção da inclusão digital e do fortalecimento da indústria nacional de equipamentos intensivos em tecnologia, a manutenção e modernização da rede de banda larga já existente, assim como a sua expansão, sobretudo em regiões com menor densidade de penetração de banda larga, como Norte e Nordeste.
“A constituição desse fundo de investimento amplia e facilita a concessão de crédito para a aquisição de equipamentos de telecomunicações por provedores de banda larga. Assim, o Ministério das Comunicações, por meio do Funttel, apoia o fabricante e os provedores nacionais, promove a geração de empregos e possibilita a expansão da conectividade para a população”, ressalta o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.
“Por meio da aquisição de direitos creditórios, o BNDES encontra mais um caminho para que o crédito chegue com condições atraentes para as pequenas empresas que compõem a cadeia de fornecimento da grande indústria brasileira. Em setores estratégicos como o de telecomunicações, isso é fundamental”, comentou o Diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luis Gordon.
Utilização
Para que o custo atrativo possa chegar aos clientes da DPR, em especial empresas de menor porte, que costumam ter dificuldades em obter crédito, a taxa de juros a ser praticada em cada Direito Creditório adquirido pelo Fundo será de TR + 9,9% a.a.- inferior a taxa Selic atual (13,75%).
“Depois de passarmos por um rigoroso critério de avaliação, isso nos permitirá vender nossos produtos em condições de juros e prazos mais favoráveis para os clientes. Essa é mais uma prova da nossa missão em promover a inclusão digital no Brasil por meio de ações que impulsionem o negócio do provedor de internet”, diz Luis Carlos Vicente, fundador e CEO da DPR.
A DPR Telecomunicações, empresa de Sorocaba (SP) com capital 100% nacional, atua há 28 anos no mercado oferecendo soluções para a construção de redes de banda larga (fibra ótica) que viabilizem a democratização do acesso à internet.
Sobre o Funttel
Criado em 2000, o Funttel tem como meta estimular a inovação tecnológica, capacitar recursos humanos e promover acesso a crédito para as pequenas e médias empresas brasileiras, de modo a ampliar a competitividade da indústria nacional de telecomunicações. Desde 2018, BNDES e Funttel já celebraram quatro contratos que totalizam R$ 634 milhões em recursos reembolsáveis do Fundo.
Com o objetivo de diversificar as formas de apoio do Fundo, em 2021, o Conselho Gestor do Funttel, presidido pelo Ministério das Comunicações, aprovou um novo canal de acesso aos recursos captados pelo BNDES junto ao Fundo, que puderam passar a ser aplicados em FIDCs estruturados em parceria com empresas, que devem sempre participar como cotistas.
Pequenas prestadoras
No Brasil, pequenos provedores têm um papel importante na prestação de serviços de telecomunicações para regiões remotas. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há pouco mais de 20 mil provedores de serviço de banda larga fixa, dos quais cerca de 7,5 mil declaram a quantidade de clientes assinantes de seus serviços. Em torno de 7 mil empresas possuem menos de 10 mil clientes cada, mas, em conjunto, representam cerca de 16% dos acessos (assinaturas) de banda larga fixa em todo o país.
Favelas
No início do mês, o Conselho Gestor do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (CG-Fust) projeto piloto para a expansão da banda larga móvel, com fomento a tecnologias 4G e 5G, em comunidades de baixa renda. O objetivo da ação, que contará com recursos reembolsáveis, é acumular conhecimento e definir estratégias para conectividade em comunidades carentes, áreas de grande concentração populacional e carente de serviços em conectividade de internet. A expectativa é que os primeiros projetos sejam aprovados ainda no primeiro semestre deste ano.