Os peritos tocantinenses agora têm à sua disposição mais uma ferramenta de trabalho: o 1º Guia Fotográfico de Dípteros de Interesse Forense, elaborado pela universitária Nicole Kavalerski como trabalho de conclusão de curso em Ciências Biológicas da Universidade Federal do Tocantins (UFT).
O guia apresenta características de moscas que foram encontradas em cadáveres no Tocantins, uma vez que algumas espécies usam o corpo em estado de decomposição para pôr seus ovos.
Segundo a autora Nicole Kavalerski, a identificação correta dessas moscas pode otimizar o trabalho dos peritos. “O Guia tem o intuito de auxiliar e facilitar na identificação dos dípteros, já que chaves de identificação possuem linguagem rebuscada e científica, e ainda traz a presença de fotográficas dos próprios animais. Possui também um compilado de informações, de todas as famílias, gêneros e espécies encontradas no Tocantins”, explicou a autora do guia.
O perito, professor e coautor do guia, Tiago Scapini, orientou o trabalho da aluna e reiterou a importância do guia: "A correta identificação desses animais é o primeiro passo que os peritos dão quando precisam calcular a Estimativa de Intervalo Pós Morte, que é o tempo decorrido da morte até o momento em que o corpo foi encontrado. E o guia traz características e fotos desses animais, o que vai permitir que a identificação seja feita de maneira mais rápida por parte do perito”, explicou.
A pesquisa durou cerca de 14 meses e utilizou material biológico cedido pelo Instituto Médico Legal de Palmas.
Para o secretário da Segurança Pública, Wlademir Costa, poder contribuir com a produção de conhecimento no Tocantins é motivo de orgulho para a pasta. “O trabalho desenvolvido pela Nicole e pelos professores mostra a importância de incentivarmos e sermos parceiros no desenvolvimento de pesquisas científicas. A Segurança Pública contribuiu para a pesquisa e agora vai colher os frutos, que é uma excelente ferramenta de trabalho para nossos peritos”, destacou.
O superintendente da Polícia Científica do Tocantins, Alexandre Agreli também destacou a relevância do guia como uma ferramenta. “Um trabalho muito bem feito e complexo que resultou em um guia que vai auxiliar de forma mais precisa o trabalho da perícia”, finalizou.
Sobre o guia
O material pode ser acessado gratuitamente por meio do repositório da UFT, no link: http://repositorio.uft.edu.br/handle/11612/5281.
A produção do guia foi realizada com o apoio da Universidade Federal do Tocantins, Museu de Morfologia da UFT, Universidade Federal de Pelotas, Secretaria da Segurança Pública do Tocantins por meio da Superintendência de Polícia Científica, Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Tocantins, Conselho Federal de Biologia 4ª Região e Associação Tocantinense dos Biólogos.
E consta como coautores: Rodrigo Krüger, Rosildo Mendes, Tainá de Abreu, Ediana Vasconcelos, Adriane Valadares e Leny Rodrigues.
