Uma ação conjunta de combate à criminalidade, deflagrada pela Polícia Civil do Estado do Tocantins (PC-TO), nessa terça-feira, 30, por meio de 13ª Delegacia de Augustinópolis, com apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara (SP), resultou no cumprimento ao mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis contra o indiciado C. E. G. S. B, de 23 anos.
Conforme apontaram as investigações da 13ª DP, o indiciado, por meio de corretora de valores fictícia, buscava atrair diversos investidores com promessas de rentabilidade semanal garantida de 100% dos valores investidos. Por meio da corretora fictícia, sem supervisão do Banco Central do Brasil (BCB) e/ou Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ele executava um suposto modelo de negócio baseado em opções binárias no mercado financeiro, realizando operações, com os mesmos papéis, iniciadas e encerradas no mesmo dia (popularmente denominado Day Trading).
Além da publicização voltada ao público em geral, a Polícia Civil também verificou que o investigado, entre os dias 20 de setembro de 2021 e 3 de novembro de 2021, mediante aliciamento particularizado, obteve para si vantagem ilícita em prejuízo de pelo menos seis vítimas, induzindo-as em erro, mediante artifício ardil e/ou qualquer meio fraudulento.
“As investigações comprovaram que o indiciado, antes de dar início ao ‘esquema de pirâmide’, possuía uma péssima saúde financeira, embora gostasse de ‘ostentar’ socialmente. Após o início do esquema, todavia, começou a receber e movimentar quantias vultosas. Em três meses, houve a movimentação de pouco mais de R$ 1 milhão. Os valores ‘investidos’ pelas vítimas, além de inicialmente servirem para o pagamento dos ‘lucros’ de alguns ‘investidores’ (objetivando gerar uma sensação de confiança na sociedade, com objetivo de atrair cada vez mais vítimas), foram utilizados para pagamento de dívidas antigas”, esclareceu o delegado Jacson Wutke.
Ocorre que, em razão da rentabilidade semanal de 100% do valor investido, o esquema de pirâmide claramente não tinha possibilidade de se manter por muito tempo sem ser descoberto. Após várias vítimas tentarem reaver o valor investido ao mesmo tempo, o indivíduo simplesmente não conseguiu manter as aparências e os pagamentos, tomando assim rumo ignorado, deixando as vítimas no prejuízo.
Após incessantes buscas realizadas pela Polícia Civil, o homem foi localizado no município de Araraquara, interior de São Paulo, onde estava trabalhando como motorista de transporte por aplicativo. Em razão do mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Criminal da Comarca de Augustinópolis, ele foi preso e recolhido à Cadeia Pública de Santa Ernestina (SP).
Com base nas investigações do caso, o delegado Jacson Wutke faz um alerta a toda a população. “Sempre desconfie de investimentos com alta rentabilidade ou com facilidade de ganhos. Não existe dinheiro fácil. Isso é fato. Quanto maior a rentabilidade ou a facilidade de obter dinheiro, maior a suspeita de se tratar de um esquema fraudulento. Na dúvida, procure a Polícia Civil ou a instituição financeira de sua confiança”, adverte a autoridade policial.
O indivíduo foi indiciado pela Polícia Civil do Estado do Tocantins pela prática do crime contra a economia popular tipificado pelo art. 2º, inc. IX, da Lei nº 1.521/1951; e do crime de “estelionato”, tipificado pelo art. 171, caput, do Código Penal, por seis vezes, observando-se o concurso material de crimes, previsto no art. 69 do Código Penal. A pena máxima combinada dos crimes pode chegar a 32 anos de prisão. (SSP/TO)