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Meio Jurídico

Foto: Marcelo de Deus

Foto: Marcelo de Deus

Condenados pela morte do advogado Danilo Sandes Pereira, morto a tiros em 2017 em Araguaína, tiveram a pena aumentada após recurso interposto pelo Ministério Público do Tocantins (MPTO). A decisão foi publicada pelo Tribunal de Justiça do Tocantins, nessa terça-feira, 20.

Rony M. A. de P. e Wanderson S. haviam sido condenados, em setembro de 2022, a penas que variavam entre 25 e 26 anos de prisão. Agora, cumprirão penalidade de 32 anos e 22 dias de reclusão. Os desembargadores também fixaram indenização à família, no valor de R$ 5 mil em relação aos dois condenados.

No recurso, o MPTO argumentou que houve erro na aplicação da pena, visto que não foram consideradas as qualificadoras individualmente para cada agravante reconhecida, de que os condenados eram policiais militares e integravam um grupo de extermínio, com fácil acesso a armamentos. Segundo o órgão ministerial, isso reforça o poder de intimidação dos condenados e a necessidade de aplicar o máximo legal previsto.

Além disso, o Ministério Público alegou que a morte de Danilo Sandes deixou um filho sem pai. “Nestes casos, leciona a doutrina que o mal causado pelo crime, transcende o resultado típico, uma vez que em decorrência dele uma criança ficou órfã”, apontou o promotor de justiça Daniel Almeida na apelação.

Entenda o caso

O advogado Danilo Sandes Pereira foi assassinado em meio a uma disputa por herança.

Acusado de ser o mandante do assassinato, Robson B. da C. contratou os serviços de Danilo Sandes para processo de inventário dos bens deixados por seu pai. No decorrer da prestação dos serviços, o advogado renunciou ao caso porque os herdeiros tinham a intenção de sonegar bens e valores no inventário.

O descontentamento de Robson ocorreu no acerto dos honorários advocatícios. Visando receber o valor devido, Danilo, então, ingressou com ação judicial em desfavor do acusado e obteve decisão que o obrigou a vender um caminhão para a quitação da dívida.

A partir daí, Robson teria passado a arquitetar a morte de Danilo com a ajuda de um conhecido da cidade de Marabá (PA), Rony M. A. P. Este comparsa teria contratado dois pistoleiros, Wanderson S. da S. e João O. S. J., policiais militares no Pará, para executarem o advogado. Pelo crime, os policiais receberiam R$ 40 mil.

Sob o pretexto de contratar os serviços de Danilo em outro processo de inventário, os pistoleiros atraíram a vítima e simularam possuir um inventário com valor de R$ 800 mil, além de imóveis e gado na região de Filadélfia. No dia 25 de julho, Danilo marcou encontro com os mesmos e adentrou o veículo para que pudessem se deslocar até Filadélfia.

No percurso, os pistoleiros desferiram dois tiros de arma de fogo na nuca de Danillo e ocultaram seu corpo em um matagal. O corpo só foi localizado quatro dias depois, pelo morador de uma fazenda próxima do local.