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Foto: Adenauer Cunha

Foto: Adenauer Cunha

Um projeto estratégico do Governo do Estado, ainda em fase de estruturação, pretende implantar um polo de confecções no Tocantins. Um dos estudos necessários é quanto ao modelo de negócios e governança da cadeia produtiva que melhor se adequem à realidade tocantinense. Para isso, a Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Sics) enviou uma comitiva liderada pelo gestor da pasta, Carlos Humberto Lima, ao Estado de Pernambuco. Localizado na zona do agreste pernambucano, está o maior polo de vestuário das regiões Norte e Nordeste.

De acordo com o secretário Carlos Humberto Lima, o projeto da cadeia de confecções tocantinense ainda está em fase embrionária. “A região onde o polo será implantado ainda está em fase de análise, mas a implantação desse projeto é uma determinação do governador Wanderlei Barbosa porque a cadeia de confecções é uma atividade inclusiva, pois gera postos de trabalho em massa e emprega trabalhadores de diversas faixas etárias e graus de escolaridade e formações diferentes”, ressaltou.

“O objetivo de nossa missão técnica até o polo de confecções no agreste pernambucano foi, justamente, levantar dados e informações sobre os diversos modelos de negócios existentes, bem como as políticas públicas, incentivos fiscais, estratégias e histórico de desenvolvimento. A região onde o polo pernambucano está implantado guarda semelhanças culturais e demográficas com as regiões do Tocantins que estamos analisando para implantar o polo. Nossa proposta é buscar inspiração na metodologia adotada aqui para fomentar essa cadeia produtiva em nosso estado”, acrescentou Lima.

A comitiva percorreu os municípios de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, reconhecidos como importantes centros de produção e comercialização naquele estado. Foram realizados encontros com empresários, lideranças e representantes do setor têxtil.

Durante os dias de visita, a comitiva teve a oportunidade de analisar os diferentes aspectos do polo de confecções de Pernambuco. Uma das peculiaridades é o modelo de governança descentralizado. Por demanda dos próprios empreendedores, foi criado, em parceria com o poder público, o Núcleo Gestor da Cadeia Têxtil de Pernambuco (NCTP) - uma organização social privada que promove inovação, cooperação e intercâmbio de informações entre o segmento, poder público, academia e entidades de fomento.

A equipe teve a oportunidade de conhecer o NCTP em Caruaru. A entidade conta com laboratórios e outras instalações para oferecer capacitação e condições de trabalho aos empreendedores na região. A designer Aurijanne Arruda utiliza o espaço com frequência para desenvolver suas criações. “Todo mês eu estou por aqui. Tenho uma equipe por fora, mas sempre que ela está sobrecarregada eu venho aqui e utilizo o laboratório e algumas máquinas. O Núcleo é maravilhoso aqui para o agreste, porque oferece maquinários, professores, cursos e capacitações para os empreendedores aqui da região”, disse.

A comitiva visitou também as associações comerciais de Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Uma das estratégias adotadas pelas entidades é a realização de rodadas de negócios da moda nas quais se buscam compradores das cinco regiões brasileiras para estimular a cadeia produtiva local.

“A rodada da moda é um ambiente de feira onde os compradores têm oportunidade de conhecer os produtos desenvolvidos e comercializados pela indústria local. Essas pessoas têm o compromisso de fazer a aquisição dessas peças e levar para as cinco regiões do país, gerando produção para nossa indústria local durante os 12 meses do ano e, também, levando nossos produtos ao mercado nacional”, disse Newton Montenegro, presidente da Associação Comercial e Industrial de Caruaru (Acic).

A missão técnica também teve a oportunidade de conhecer indústrias do segmento e polos de comercialização de vestuário, aviamentos e maquinários nos três municípios. Um dos maiores centros de vendas está localizado em Santa Cruz do Capibaribe. Denominado Moda Center, o espaço possui mais de 10 mil pontos de venda em 320  mil metros quadrados de área e chega a movimentar entre R$ 6 e R$ 8 bilhões por ano. “Aqui nós vendemos para todos os estados do Brasil. Todas as sextas-feiras temos feiras para que as pessoas possam vir fazer suas compras. São aproximadamente 6 mil indústrias que vendem seus produtos aqui. Cerca de 280 ônibus, caminhões e vans vêm toda semana até aqui para levar produtos para o Brasil inteiro”, resumiu José Gomes Filho, popularmente conhecido como Menininho, que administra o Moda Center.

A comitiva levantou dados sobre a logística da cadeia de suprimentos, a distribuição de máquinas, equipamentos e aviamentos, indústria têxtil e de confecções, as estratégias da logística de comercialização e os mercados aos quais a produção se destina. Essas informações serão fundamentais para entender o processo e avaliar as oportunidades e viabilidade de adaptar esse modelo para a implantação do polo de confecções no Estado do Tocantins.

Além disso, a comitiva buscou conhecer as políticas públicas adotadas em Pernambuco para impulsionar o desenvolvimento do polo, incluindo os incentivos fiscais oferecidos, as estratégias adotadas e o histórico de sucesso do setor na região.

A implantação de um Polo de Confecções no Estado do Tocantins tem o potencial de gerar empregos, estimular o empreendedorismo e fortalecer a cadeia produtiva da moda na região. A missão técnica realizada pela comitiva da Sics representa um passo importante nesse processo, proporcionando uma base sólida de conhecimento para a tomada de decisões estratégicas.

A comitiva da Sics teve a oportunidade de vivenciar de perto as práticas, estratégias e políticas públicas implementadas em Pernambuco, o que permitirá ao governo do Tocantins avaliar as melhores medidas a serem adotadas para criar um ambiente favorável ao crescimento do setor de moda e confecções no estado.

A implantação de um polo de confecções no Tocantins poderá impulsionar a economia local, diversificar a matriz produtiva e atrair investimentos para a região. Além disso, a iniciativa tem o potencial de gerar empregos e promover o desenvolvimento socioeconômico de forma sustentável.

“Nossa missão técnica ao polo de confecções de Pernambuco é um passo importante na gestão Wanderlei Barbosa na busca por impulsionar o desenvolvimento socioeconômico do Estado do Tocantins. A partir do conhecimento adquirido e das experiências compartilhadas, esperamos que seja possível criar um ambiente favorável e atraente para o setor de moda e confecções no Tocantins, abrindo novas oportunidades de negócios e fortalecendo a economia regional”, concluiu o secretário Carlos Humberto Lima. (Secom/TO)

(Foto: Adenauer Cunha)