Entre os meses de junho a setembro o tocantinense assiste diariamente nos noticiários regional e nacional as constantes queimadas no Estado. A cada ano as proporções são maiores e as consequências gigantescas, tanto para a população como para a vegetação e os animais. Segundo dados do último boletim da Defesa Civil estadual, divulgado no último dia 21, de janeiro a julho de 2023 foram registrados 3.312 focos de calor no estado, no mesmo período de 2022 foram 3.920, uma redução de 15,51% até a data, mas que ainda não é motivo para comemorar.
Neste cenário, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Tocantins (Crea/TO) tem procurado destacar o papel do profissional engenheiro na gestão e atuação para a conscientização da população.
O conselheiro do Crea-TO, engenheiro ambiental João Paulo Calçado, que atua diretamente com prefeituras do Estado orientando sobre o protocolo do fogo, explica que o engenheiro ambiental, o agrônomo e também o florestal que trabalham com educação ambiental nos municípios tocantinenses nesse período de estiagem, tem um grande desafio que é as queimadas. “Entre junho e setembro o índice de queimadas na zona urbana e rural crescem, e como consequência problemas ambientais e até de saúde da população acompanham esse crescimento, essas constantes queimadas degradam o bioma cerrado”, afirma.
Ele explica que os profissionais trabalham principalmente a questão de conscientização da população dos riscos do uso do fogo. “Dialogando com os produtores rurais e moradores da zona urbana, citando os riscos à saúde que a queimada pode ocasionar, os danos ambientais (fauna e flora) e principalmente das sanções jurídicas que ele pode sofrer”, explica.
Além de atuar nas ações de prevenção, os profissionais dessas áreas atuam principalmente no monitoramento das queimadas junto às prefeituras, apoiando a formação das brigadas ambientais, que servem como linha de frente no combate as queimadas. “O engenheiro Ambiental tem total competência de traçar estratégias de ação nesse período contra as queimadas em parcerias com as prefeituras e órgãos de apoio, assim reduzindo os índices de queimadas e preservando o meio ambiente”, ressalta.
O especialista ainda ressalta cuidados básicos que a população deve ter para contribuir na prevenção contra as queimadas. “Nunca queimar o lixo doméstico, entulhos e folhas secas, principalmente em locais próximos as áreas de vegetação. Não jogar pontas de cigarro acesas, latinhas ou garrafas nos acostamentos de rodovias ou região de matas e evitar sempre queimadas para renovar pastagens ou áreas de plantação. É essencial que os proprietários mantenham limpos as suas propriedades na zona urbana, mesmo com pouca ou nenhuma vegetação”, orienta.