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Opinião

Natasha Ayres - diretora de Integrated & Global Solutions da WTW Brasil

Natasha Ayres - diretora de Integrated & Global Solutions da WTW Brasil Foto: Divulgação

Foto: Divulgação Natasha Ayres - diretora de Integrated & Global Solutions da WTW Brasil Natasha Ayres - diretora de Integrated & Global Solutions da WTW Brasil

A busca por ambientes de trabalho mais diversificados, equitativos e inclusivos tem se destacado como uma prioridade nas estratégias corporativas contemporâneas. A sigla DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) reflete a crescente compreensão de que promover a diversidade e a igualdade no local de trabalho não apenas é moralmente correto, mas também é um impulsionador crucial para o sucesso organizacional. O DEI veio para transformar as organizações e a sociedade.

O mundo é diverso e as empresas precisam se preparar para isso e pensarem nos colaboradores como se estivessem no centro das políticas públicas. E de certa forma, estão. No final do ano passado, foi sancionada a lei de igualdade salarial. No final de janeiro, a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) determinou que o mercado de seguros terá um campo obrigatório para nome social nas propostas, apólices, certificados, títulos e todos os documentos contratuais emitidos aos clientes. A licença paternidade já tem sido pauta de discussão, tanto pelo papel da mulher na sociedade e no mundo corporativo como pelas famílias diversas.

O que percebo é que, apesar do avanço do ESG (Environment Social Governance), existe um grande espaço para trabalhar o capital humano.

A diversidade nas empresas não se limita apenas à representação de diferentes origens étnicas, culturais e de gênero, mas também engloba variadas perspectivas, habilidades e experiências de vida. A presença de uma força de trabalho diversificada é uma fonte rica de inovação, criatividade e eficiência. Empresas que adotam uma abordagem inclusiva colhem os benefícios de uma equipe composta por indivíduos com habilidades únicas, contribuindo para soluções mais robustas e perspicazes.

A equidade, por sua vez, destaca a importância de proporcionar oportunidades justas e acessíveis a todos os membros da organização. Isso significa criar políticas salariais transparentes, garantir promoções baseadas no mérito e proporcionar um ambiente em que todos tenham chances iguais de crescimento profissional. Ao garantir a equidade, as empresas não apenas demonstram seu compromisso com a justiça, mas também fortalecem a lealdade e a motivação dos funcionários. Um exemplo é igualdade educacional. As organizações podem oferecer cursos de diversos níveis para seus colaboradores.

A inclusão vai além da mera representação, envolvendo a criação de uma cultura corporativa que valoriza e respeita as diferenças. Isso implica em promover um ambiente em que todos os funcionários se sintam confortáveis sendo eles mesmos, sem medo de discriminação ou exclusão. E não estamos falando de cumprir cotas da lei e sim, em acolher e tratar com normalidade.

Para isso, as empresas precisam estabelecer políticas internas para melhorar a gestão dos talentos, aumentando a transparência, promovendo a equidade na progressão da carreira e a diversidade dos colaboradores, com o objetivo de alavancar a experiência do empregado, aumentar o engajamento e facilitar a atração de talentos-chave para o desenvolvimento do negócio. As empresas que priorizam DEI experimentam vantagens tangíveis. A diversidade de pensamento impulsiona a inovação, resultando em produtos e serviços mais alinhados com as necessidades do mercado global. A equidade no local de trabalho promove a lealdade dos funcionários e reduz a rotatividade, economizando recursos valiosos. A inclusão, por sua vez, melhora o moral da equipe, estimula a colaboração e constrói uma reputação positiva da marca.

É claro que, apesar do caminho em direção à DEI seja essencial, ele também apresenta desafios. Mudar a cultura organizacional e superar vieses inconscientes pode ser um processo gradual. É fundamental envolver a liderança, implementar programas de treinamento e estabelecer métricas para monitorar o progresso.

Para isso, é necessário contar com instituições que façam o diagnóstico da cultura organizacional e construam a jornada do colaborador com o olhar da DEI. A médio e longo prazos, a empresa vai ser diversa, igualitária e inclusiva naturalmente. O que ela ganha com isso? Ela deixa de apenas fazer a obrigação de responsabilidade social, mas passa a desenvolver uma estratégia de negócios sensata.

Empresas que adotam DEI não apenas constroem ambientes mais justos e produtivos, mas também se posicionam para prosperar em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado. À medida que a conscientização sobre a importância desses princípios cresce, a busca por igualdade e justiça no local de trabalho se torna não apenas uma escolha ética, mas uma necessidade para o sucesso a longo prazo das organizações.

*Natasha Ayres é diretora de Integrated & Global Solutions da WTW Brasil