O brigadista Sidiney de Oliveira Silva, 44 anos de idade, foi assassinado a tiros na manhã de sábado, 15, em Formoso do Araguaia/TO. Conhecido como 'Neném', ele era contratado do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, de acordo com apuração do jornal O Globo, vinha sofrendo ameaças de fazendeiros e grileiros por impedir queimadas e invasões em terras indígenas da Ilha do Bananal.
Segundo a Polícia Militar, a PM foi acionada pela irmã de Sidiney que pediu que uma equipe da polícia entrasse em contato com o Serviço de Saúde da cidade de Formoso do Araguaia-TO, pois seu irmão havia sido baleado. Policiais então acionaram o Serviço de Saúde da cidade de Formoso, que enviou uma ambulância para local indicado pela mulher. Porém, de acordo com enfermeira que esteve no local, a vítima já estava sem vida.
Dando sequência ao atendimento da ocorrência, equipe de policiais militares deslocou-se até o local - que foi isolado. A Polícia Civil de Formoso do Araguaia-TO foi acionada, bem como a Perícia Científica.
Irmã Ouviu Tiros
A irmã do brigadista contou à Polícia que estava no interior da sua casa, no centro de Formoso, quando ouviu o barulho de duas explosões. Quando abriu o portão, a mulher já encontrou o seu irmão, a vítima, caído e agonizando praticamente em frente ao portão da sua casa, momento em que ela se deu conta que seu irmão havia sido baleado. A partir de então, a irmã de Sidiney acionou a Polícia Militar de Formoso do Araguaia, através do telepatrulha e solicitou o Serviço de Saúde para prestar os primeiros socorros.
De acordo com a PM, a testemunha não sabe informar quem foi o autor do crime. Foram realizados patrulhamento nas imediações do ocorrido com intuito de tentar identificar e prender o possível autor do homicídio, sem êxito até o momento.
Ibama Lamenta
Por meio de nota, o Ibama lamentou a morte do profissionais e ressaltou que Sidiney tinha vasta experiência no manejo integrado do fogo. Segundo o Instituto, Sidiney residia na Aldeia Imotxi II, na Ilha do Bananal (TO).
Gleisi Hoffmann pede rapidez nas prisões
A presidente nacional do PT e deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-SC) também prestou solidariedade e repercutiu o que a imprensa nacional vem apurando: que Sidiney vinha sendo ameaçado.
"Me solidarizo com amigos e familiares do ambientalista Sidinei de Oliveira Silva, assassinado a sangue frio em frente a sua casa. Nenê, como era conhecido, trabalhava para o Ibama combatendo incêndios no Tocantins e os relatos na imprensa são de que ele vinha sendo ameaçado por fazendeiros e grileiros por impedir queimadas na região. As pessoas precisam entender que não se trata de uma questão nós contra eles, preservar os biomas é crucial para a sobrevivência humana. Que os culpados por esse crime bárbaro sejam encontrados e presos o mais rápido possível!". escreveu Gleisi no X (antigo Twitter).
Confira a nota do Ibama na íntegra
Nota Ibama
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) se solidariza pela morte do brigadista Sidiney de Oliveira Silva, conhecido pelos amigos e colegas como Neném.
Sidiney era presidente da Associação de Brigadistas da Brigada Federal (Brif) Nordeste. Trabalhou em combates a incêndios florestais como brigadista contratado pelo Prevfogo/Ibama nos últimos anos. A sua contratação temporária para atuar nos incêndios nesse ano de 2024 estava sendo realizada pelo Instituto. O brigadista foi assassinado na porta de casa, antes de começar os trabalhos de combate aos incêndios no estado do Tocantins.
Sidiney residia na Aldeia Imotxi II, na Ilha do Bananal (TO). Ele tinha vasta experiência no manejo integrado do fogo e operava equipamentos usados nos combates aos incêndios, como o Sling Dragon, usado em queimas prescritas a partir de helicópteros.
Os brigadistas do Prevfogo, assim como toda a equipe Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo) e do Ibama prestam agradecimento à família e aos amigos pelos anos de trabalho e dedicação do brigadista Neném em defesa da natureza.