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Foto: Hiroshi Fukushima

Foto: Hiroshi Fukushima

Com uma extensa programação, recheada de palestras com especialistas e doutores, o 11º Seminário do Arroz e 2º da Cadeia de Grãos do Tocantins reuniu produtores, empresários e profissionais da área que durante dois dias,19 e 20, analisaram e discutiram estratégias para o desenvolvimento e fortalecimento do setor no estado, que atualmente ocupa a 3ª posição no ranking nacional dos maiores produtores de arroz. A cidade de Lagoa da Confusão, a 200 km de Palmas, mais uma vez foi o palco dos debates. 

O engenheiro agrônomo e mestre em fitotecnia Valmir Gaedk Menezes foi quem abriu os trabalhos com a palestra “Cultivares Oryza Soy”, variedade de ciclo precoce e alto potencial produtivo, mas que precisa de cuidados especiais para produzir bem, segundo o pesquisador. “Para desenvolver materiais que atendem à demanda da cadeia produtiva é preciso ter características agronômicas desejáveis, produtividade e rendimento industrial ”, resumiu Menezes.

Na sequência, o também engenheiro agrônomo e especialista em desenvolvimento técnico de mercado, Matheus Schereder, tratou do novo manejo e desafios de herbicidas usados para o controle de plantas daninhas, que quando não controladas causam grandes prejuízos à cultura do arroz.

O ex-ministro da Agricultura e Reforma Agrária, Antônio Cabrera Mano Filho, especialista em agroenergia, encerrou o primeiro dia do evento, 19, com a palestra “Liberdade Econômica”. Depois de destacar que a agricultura é uma das áreas que tem mais oportunidade para gerar impacto futuro, teceu críticas às medidas do governo federal para o setor, principalmente em relação à importação de arroz. “Se o governo insistir em tabelar os preços dos produtos eles vão desaparecer do mercado, afirmou o ex-ministro de Collor de Mello em referência à decisão do governo de importar o produto.

Iniciando as atividades na manhã desta quinta-feira,20, segundo dia do evento, a engenheira agrônoma Mara Grohs, doutora em ciências do solo e pesquisadora do IRGA, discorreu sobre o controle químico do arroz vermelho, planta daninha considerada um dos maiores problemas da lavoura. Na ocasião, a pesquisadora repassou aos produtores tocantinenses informações importantes sobre o manejo e controle de pragas, especialmente o arroz vermelho.

Seguindo a programação, o economista Sérgio Roberto Gomes abordou as perspectivas do mercado orizícola brasileiro e mundial. Segundo ele, há uma tendência de aumento produtivo no longo prazo, e o mercado mundial opera com déficit produtivo em meio a um crescimento da produção abaixo do crescimento do consumo. No caso do Brasil, há uma tendência de incremento da produção de arroz de sequeiro e também irrigado com alta rentabilidade, disse o economista, que foi sucedido pelo engenheiro agrônomo e produtor rural Eduardo Ceolin, que apresentou aos produtores dados sobre os custos de produção de arroz no Tocantins, e pelo pesquisador da Embrapa José Colombari, que falou sobre sustentabilidade e estratégias para o arroz no estado.

No período da tarde, o economista Paulo Roberto Molinari, consultor sênior em agribusiness, falou sobre o mercado brasileiro e internacional para milho e soja. Ele apresentou dados nada animadores sobre o clima nos próximos meses, disse que ele é o principal provocador do movimento de preços e sugeriu aos produtores olhar os mapas climáticos todos os dias.

Já o professor pesquisador Luiz Carlos Molion, que também falou sobre o clima, destacou os efeitos do El Niño e El Niña, as perspectivas para 2024/2025 e tendência para os próximos 10 anos. E o advogado e presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST), Wagno Milhomem, encerrou as atividades com a palestra "Regularidade Ambiental e Segurança Hídrica".

O presidente do Sindicato dos Beneficiadores de Arroz do Tocantins (Sindiato), filiado à Federação das Indústrias (FIETO) e realizador do seminário, Carlos Augusto Suzana, avaliou positivamente o evento. “A programação foi bem aceita, as pessoas elogiaram a qualidade das palestras”, disse o empresário, que apontou a questão ambiental como um dos grandes desafios do setor, além da falta de políticas públicas e a alta carga tributária. 

Em sua 11ª edição, o Seminário da Cadeia Produtiva do Arroz e Grãos do Tocantins é uma iniciativa do Sindicato das Indústrias dos Beneficidores de Arroz do Estado do Tocantins, filiado à Federação das Indústrias (FIETO) com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura e Pecuária e Sicredi.