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Equipe brasileira feminina brilhou e chegou à final com a quarta melhor pontuação.

Equipe brasileira feminina brilhou e chegou à final com a quarta melhor pontuação. Foto: Miriam Jeske/COB

Foto: Miriam Jeske/COB Equipe brasileira feminina brilhou e chegou à final com a quarta melhor pontuação.  Equipe brasileira feminina brilhou e chegou à final com a quarta melhor pontuação.

No segundo dia oficial de competições nos Jogos Olímpicos de Paris, o Brasil subiu três vezes ao pódio, duas no judô e uma no skate, viu uma medalha inédita na canoagem slalom mais perto do que nunca e acenos promissores na ginástica artística, vôlei de praia, boxe, tênis de mesa e tênis. O futebol feminino sofreu uma virada nos acréscimos contra o Japão, o handebol caiu diante da diferença mínima para a Hungria, entre diversas outras modalidades em disputa. Em comum a todas as conquistas, a digital do Bolsa Atleta, programa de patrocínio direto do Governo Federal.

Com os resultados do dia, o Brasil fechou o domingo na 14ª posição no quadro de medalhas, com uma prata e dois bronzes. A liderança está com o Japão, impulsionado por skate e judô, que soma quatro ouros, duas pratas e um bronze. Na sequência aparecem Austrália (quatro ouros e duas pratas) e Estados Unidos (três ouros, seis pratas e três bronzes).

Confira o resumo da atuação brasileira em 28 de julho

Judô

A primeira medalha do Brasil em Paris 2024 foi do judô e de Willian Lima. O paulista de 24 anos, natural de Mogi das Cruzes, carimbou a prata do meio-leve masculino (66kg) após só parar no japonês Hifumi Abe na grande decisão. “Acho que essa é uma daquelas coisas que você batalha a vida toda para conquistar. Não tenho palavras para explicar, estou feliz, mas ao mesmo tempo fica um traço de tristeza pela prata”, afirmou o atleta, integrante da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, programa de patrocínio individual do Governo Federal. “É duro perder uma final, ainda sabendo que você tinha condições, mas fico feliz porque falei que ia chegar aqui e conquistar medalha, sair do pódio e colocar no pescoço do meu filho”. E a cena aconteceu. Após receber a premiação, Willian logo correu para colocá-la no pescoço do pequeno Dom, de 10 meses. O pódio do atleta simbolizou a primeira final masculina com um brasileiro desde Sydney, em 2000, quando Tiato Camilo e Carlos Honorato também foram prata.

No caminho até o pódio, Willian estreou com bela vitória sobre Sardor Nurillaev, do Uzbequistão, projetando o adversário a seis segundos do final do combate. Nas oitavas, superou Serdar Rahimov, do Turcomenistão, nas punições (3-0). Nas quartas, encarou o judoca da Mongólia, Bashkuu Yondonpenrelei, e manteve o bom rendimento. Numa luta dura, projetou o adversário na fase de golden score. Na penúltima luta, enfrentou o cazaque Gusman Kyrgysbayev e, também na “prorrogação”, encaixou uma projeção perfeita e garantiu-se na final. Na decisão, encarou o japonês Hifumi Abe, campeão olímpico em Tóquio 2020 e tricampeão mundial. O brasileiro até conseguiu aplicar algumas entradas, mas Abe levou a melhor na efetividade e projetou o brasileiro duas vezes para selar o resultado.

 Willian celebra a conquista da prata em Paris, a 26ª medalha da história do judô brasileiro.  (Foto: Wander Roberto/COB)

Bronze de Larissa

Poucos minutos depois, mais um pódio nos tatames. Larissa Pimenta venceu a campeã mundial Odette Giuffrida, da Itália, na disputa de bronze do 52kg, para carimbar a segunda medalha do Brasil na competição. “Foi um dia muito especial. Desde a primeira luta já sentia que estava diferente. Não entendia como, nem por que, mas me sentia assim. Durante a preparação, minha melhor estratégia foi viver um dia de cada vez e, desde a primeira luta, não pensava em nada e só dizia para mim mesma que merecia. Consegui. Ainda não acredito, mas consegui”, disse Larissa.

Larissa estreou com vitória por ippon ao finalizar Djamila Silva, de Cabo Verde, com uma chave de braço. Nas oitavas, superou a britânica Chelsea Giles com uma projeção que valeu um waza-ari no golden score. Nessa fase, Larissa encarou a heroína local, Amandine Buchard, da França, e foi surpreendida por uma imobilização no golden score. Na repescagem, Larissa enfrentou a alemã Mascha Ballhauss.

No retrospecto do ano, Larissa levava a pior, com duas derrotas. Mas, em Paris, a vitória veio na hora certa. Pimenta buscou uma projeção, derrubou a alemã e a finalizou com estrangulamento. Na disputa de bronze, Larissa pegou outra adversária contra quem o retrospecto não ajudava. A atual campeã mundial e duas vezes medalhista olímpica Odette Giufrida, da Itália. A luta seguiu até o golden score, com as duas empatadas em duas punições, até a italiana ser punida pela terceira vez por falta de combatividade.

Ao perceber que tinha conquistado o bronze, Larissa se emocionou e não conseguia sair do tatame. Foi inclusive abraçada pela adversária, que reconheceu a conquista e protagonizou uma das belas imagens de fair play do dia. “Eu não entendi a situação, simplesmente agachei e chorei. Não sabia se era verdade. Acho que faltou oxigênio na cabeça e comecei a ver tudo branco (risos). Mas sentia no coração que merecia”, definiu a atleta, que teve o nome publicado em dez editais do Bolsa Atleta ao longo de sua carreira.

 Larissa durante sua caminhada em busca do bronze olímpico. (Foto: Wander Roberto/COB)

Longa Tradição

Com as duas medalhas, a tradição do Brasil nos tatames olímpicos está mantida. Nenhum outro esporte brasileiro subiu tanto ao pódio quanto o judô. Com as duas conquistas deste domingo, são 26: quatro ouros, quatro pratas e 18 bronzes. O país só não conquistou medalhas em três edições olímpicas: Tóquio 1964, Cidade do México 1968 e Moscou 1980. O judô é a modalidade que mais medalhas conquistou para o Brasil em Olimpíadas.

Rayssa de Bronze

Uma das atletas mais celebradas do país, Rayssa Leal confirmou a condição de uma das favoritas do skate street e saiu dos Jogos de Paris com a medalha de bronze. Com muita emoção e um recorde olímpico, a brasileira conquistou o terceiro lugar na última manobra. Pâmela Rosa e Gabi Mazetto também participaram, mas foram eliminadas na fase de classificação. No skate, há pontuações para as voltas de 45 segundos e para as manobras. Tanto na fase de classificação quanto na final, a brasileira não conseguiu encaixar as voltas de 45 segundos. Com isso, ficou refém do repertório de manobras únicas que sabe executar para compensar a pontuação aquém do que ela gostaria nas voltas. Na fase de classificação, uma nota 92.68, a maior da história da modalidade nos Jogos Olímpicos, ajudou ela a avançar à final em sétimo. Na decisão, bateu o próprio recorde ao encaixar uma manobra com pontuação 92.88. Foi suficiente para garantir o bronze. O ouro e a prata foram do Japão. Coco Yoshizawa ficou em primeiro com uma nota 96,49, que superou inclusive o recorde de Rayssa, e Liz Akama ficou com a prata. “Que loucura, que loucura. Duas Olimpíadas e duas medalhas. Não dá para explicar. Em 2028 vem o ouro. Na próxima, prometo que ele não escapa”, brincou a brasileira, que já havia sido vice-campeã olímpica nos Jogos de Tóquio, no Japão, em 2021. Rayssa é integrante da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta.

 Rayssa: manobras impressionantes garantiram o bronze em Paris. (Foto: Gaspar Nóbrega/COB)

Um degrau para Sátila   

Apontada como um dos maiores talentos da história da canoagem slalom do país, Ana Sátila nunca esteve tão perto de um pódio olímpico quando neste domingo. A brasileira terminou a prova do caiaque individual (K1) na quarta posição, um degrau abaixo da zona de pódio. É o melhor resultado de uma mulher na história da modalidade. Antes, Sátila já havia feito história ao ser a primeira canoísta a fazer uma final olímpica, na canoa individual (C1), em Tóquio (2021).

“Estava sonhando com a medalha. É muito difícil terminar na quarta colocação, talvez o momento mais difícil da minha carreira. Consegui aproveitar muito, estava alegre e positiva na semifinal e na final, me sentindo bem na água. Os treinamentos aqui, no inverno, foram duros. Então, estou feliz por ter conseguido dar o melhor, mas triste por ter chegado tão perto”, analisou Ana.

Na final, ela marcou 100s68, a 1s75 da medalhista de bronze, Kimberley Woods, da Grã Bretanha. O ouro ficou com a australiana Jessica Fox, e a prata com a polonesa Klaudia Zwolinska. Ana disputa a quarta edição de Jogos Olímpicos aos 28 anos. Em Londres 2012, com 16 anos, foi a mais nova da delegação brasileira e conseguiu o 16º lugar no K1. Na Rio 2016, acabou na 17ª colocação na mesma prova. Em Tóquio 2021, ficou na 13ª colocação no K1 e na 10ª no C1.

Na terça-feira, 30, Ana Sátila volta às competições para a disputa da fase classificatória da Canoa Individual (C1). Uma hora depois, Pepê Gonçalves disputa a primeira fase do Caiaque Individual (K1) masculino. São duas descidas e os 22 melhores avançam para a semifinal. Já as disputas do caiaque cross serão realizadas a partir do dia 2 de agosto e ambos estarão na pista. Toda a equipe da canoagem slalom integra o Bolsa Atleta.

 Ana Sátila celebra a performance de excelência: histórica para a canoagem slalom. (Foto: Luiza Moraes/COB)

Calderano e Bruna avançam 

Os dois mesa-tenistas mais bem ranqueados do Brasil estrearam com vitória na chave de simples nos Jogos Olímpicos. Tanto Hugo Calderano, número 6 do mundo e cabeça de chave número 4, quanto Bruna Takahashi, número 20 do mundo no feminino, superaram os adversários por 4 sets a 0. Hugo teve como adversário de estreia o cubano Andy Pereira, que havia superado na final dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023. Novamente o brasileiro teve amplo domínio e repetiu a vitória por 4 a 0, com 11/8, 11/7, 11/9 e 11/4. Na próxima rodada, ele enfrenta o vencedor do confronto entre o espanhol Álvaro Robles e o austríaco Daniel Habesohn. Bruna encarou a nigeriana Offiong Edem, número 112 do ranking. Sobrou nas duas primeiras parciais e enfrentou um pouco mais de resistência apenas no terceiro set. No quarto, a nigeriana teve dois set points, mas Bruna teve frieza para sair de 8/10 para fazer 12/10 e fechar o jogo. Na próxima fase, a brasileira enfrentará a americana Lily Zhang, número 29 do mundo. O tênis de mesa é uma das 27 modalidades com brasileiros em Paris em que todos os convocados integram o Bolsa Atleta.

Keno avança no boxe 

Medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, Keno Marley estreou em Paris 2024 com vitória e classificação para as quartas de final da competição. O brasileiro derrotou o britânico Patrick James Brown na categoria até 92kg por pontos (4-1). O brasileiro retorna ao ringue na quinta-feira para encarar o uzbeque Lazizbek Mullojonov por uma vaga na semifinal. No boxe, 100% dos integrantes da delegação brasileira em Paris (dez) fazem parte da categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta.

Vôlei de Praia 100% 

As três duplas que entraram na quadra de areia montada na frente do maior cartão portal francês neste 28 de julho superaram o nervosismo da primeira rodada, venceram e deram sinais de que podem voltar ao pódio olímpico após a ausência da modalidade entre os medalhistas em Tóquio. Com a vitória de André e George no sábado, o vôlei de praia brasileiro está invicto em Paris. Ana Patrícia e Duda, líderes do ranking mundial, venceram a dupla Doaa Elghobashy e Marwa Abdelhady, do Egito, por 2 sets a 0 (21 a 14 e 21 a 19). Campeãs mundiais em 2022 e vice em 2023, as brasileiras passaram por um segundo set muito bem jogado pelas egípcias. “A gente não tinha informação sobre essa dupla, por isso tivemos que construir uma tática dentro do próprio jogo, o que é bastante complicado. Estou feliz porque a gente soube lidar com a tensão da estreia”, disse Ana Patrícia.

Em uma das últimas partidas do dia, Evandro e Arthur derrotaram a dupla austríaca Horl e Horst por 2 sets a a 0, com parciais de 21 x 18 e 21 x 19. “A gente precisa curtir o momento que está vivendo, precisamos jogar com alegria porque assim tudo fica mais fácil”, disse Evandro. “Esse torneio vai ser muito equilibrado. Das 24 equipes dos Jogos, 23 já ganharam etapas do circuito mundial”, completou o carioca de 2,10m. Mais cedo, ainda pela manhã, a dupla formada por Carol Solberg e Bárbara Seixas também estreou com vitória. Elas derrotaram as japonesas Akiko Hasegawa e Miki Ishii por 2 a 0, com parciais de 21 a 12 e 21 a 19. O vôlei de praia é uma das 27 modalidades com brasileiros nos Jogos Olímpicos em que 100% dos integrantes fazem parte do Bolsa Atleta do Governo Federal.

Brilho de Rebeca e da Equipe 

A seleção feminina de ginástica artística começou muito bem a participação nos Jogos de Paris. Nas classificatórias deste domingo, as atletas garantiram vaga em sete finais. O grande destaque foi Rebeca Andrade, que se classificou individualmente em quatro das cinco provas que disputou: salto, trave, solo e individual geral. Neste último, foi a segunda colocada, atrás apenas de Simone Biles. Flávia Saraiva obteve a vaga no individual geral, enquanto Julia Soares foi para a final na trave. Além delas, Jade Barbosa e Lorrane Oliveira ajudaram a garantir lugar também na decisão por equipes. Com o total de 166.499, o Brasil passou na quarta posição. "A gente está bem satisfeito com quase 100%, né, estar nas finais e na final por equipes. O time se mostrou forte. Acho que a gente tem o que melhorar, e confesso que não assisti as outras subdivisões, mas acho que desse somatório a gente consegue subir um pouco", refletiu o técnico da seleção, Francisco Porath. No último Mundial, a equipe brasileira terminou com a segunda colocação. As provas da ginástica feminina voltam na terça-feira, 30 de julho, com a final por equipes. Na ginástica, 100% dos integrantes da equipe nacional fazem parte do Bolsa Atleta.

Virada amarga no futebol

Em partida decidida nos acréscimos do segundo tempo, a seleção feminina de futebol conheceu a primeira derrota nestes Jogos Olímpicos. Jogando no emblemático Parc des Princes, o Brasil perdeu de virada para o Japão por 2 x 1, em partida válida pelo grupo C. O gol brasileiro foi marcado por Jheniffer, enquanto as japonesas marcaram com Kumagai, de pênalti, e Tanikawa, nos minutos finais, numa falha da defesa brasileira. A partida marcou o jogo de número 200 da atacante Marta com a camisa da seleção brasileira. Agora, a seleção se prepara para enfrentar a Espanha, na próxima quarta-feira a partir das 12h (de Brasília).

Por um gol no handebol 

Em partida emocionante, decidida na última bola, a seleção feminina de handebol conheceu a primeira derrota em Paris. A equipe foi superada pela Hungria por 25 x 24, em jogo válido pelo grupo B. As leoas, como são conhecidas as brasileiras, dominaram praticamente todo o jogo, mas acabaram tomando a virada no último lance. Agora, o Brasil se prepara para o próximo compromisso, contra a França, na terça-feira (30), a partir das 14h (de Brasília). "A gente falhou nos momentos chave. Em bolas que era para gente abrir quatro gols a gente errou. Do outro lado tem um time forte. Não podemos deixar chutar a última bola. Tem que servir de aprendizado. Acredito no time e podemos fazer bem melhor", analisou a armadora Bruna de Paula, capitã da equipe.

Resta Bia no tênis 

Bia Haddad será a única representante do Brasil na segunda rodada de simples do tênis. A número 22 do mundo superou a pressão da torcida e derrotou a francesa Varvara Gracheva, número 68 do mundo, por 2 sets a 1, parciais de 6/4, 4/6 e 6/0. “Estou feliz com minha atitude, com a forma como lidei mentalmente. Gostaria de ter feito melhor no segundo set, mas faz parte, o tênis é assim. E espero amanhã poder melhorar isso", declarou Bia, que encara na segunda rodada a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova. Bia foi a única dos quatro inscritos do Brasil a avançar. Primeiro a entrar em quadra, Thiago Wild acabou eliminado por Tomas Martin Etcheverry por 2 a 0, com 7/6(7) e 6/2. Thiago Monteiro também enfrentou um tenista melhor ranqueado. Diante de outro argentino, Sebastian Baez, número 18 do ranking da ATP, se despediu da chave em dois sets, com parciais de 6/4 e 6/3. Os dois Thiagos terão nova chance nas duplas. Laura Pigossi, medalhista de bronze nas duplas no feminino em Tóquio 2020, se despediu dos Jogos. A brasileira se impôs no primeiro set diante da ucraniana Dayana Yastremska, número 26 do mundo. Na sequência, porém, a adversária dominou as ações e virou: 4/6, 7/5 e 6/0.

Onipresença 

O DNA do Bolsa Atleta é "onipresente" na delegação brasileira que está em Paris para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de 2024. Levando em conta o edital mais recente, de 2024, 241 dos 276 atletas na capital francesa fazem parte do programa, um percentual de 87,3%. Se a análise leva em conta o histórico dos atletas, contudo, 271 dos 276 já foram integrantes do programa do Governo Federal em alguma fase da carreira (98%). Em 27 das 39 modalidades em que o país está representado na França, 100% dos atletas integram atualmente o programa de patrocínio direto do Ministério do Esporte. Mais: em seis modalidades, todos estão na categoria Pódio, a principal do Bolsa Atleta, voltada para esportistas com chances reais de medalha em megaeventos, que se posicionam entre os 20 melhores do ranking mundial de suas modalidades. A Bolsa Pódio garante repasses mensais que variam de R$ 5.500 a R$ 16.600, com o reajuste anunciado em julho de 2024 pelo presidente Lula. (Secom/PR)