O Ministério da Saúde promoveu, nessa terça-feira (1º de outubro), ações de apoio a brigadistas florestais em dois acampamentos na região de Lagoa da Confusão, no Tocantins. A equipe da Força Nacional do SUS (FN-SUS) e profissionais de saúde locais prestaram assistência à saúde e avaliaram as condições de trabalho dos brigadistas, que também receberam orientações sobre as diretrizes de vigilância em saúde do trabalhador brigadista florestal.
“Conhecer a realidade de trabalho dos brigadistas em primeira mão é essencial, pois são trabalhadores que estão na linha de frente e que precisam ser visibilizados”, explica o técnico da Coordenação-Geral de Vigilância em Saúde do Trabalhador (CGSAT), Rafael Bastos. O estado já registrou mais de 15 mil incêndios este ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Brigadistas florestais trabalham expostos a altas temperaturas, fumaça e substâncias químicas, com jornadas extensas e privação de sono, o que traz riscos como doenças respiratórias, cardiovasculares e transtornos mentais, além de acidentes. “Temos baixas na equipe sistematicamente por questões de saúde”, afirma o analista ambiental do ICMBio e chefe de operações, Raoni Japiassu, que atua há 16 anos no combate ao fogo. “As orientações do Ministério nos ajudam a ajustar procedimentos e condições de saúde, além de trazer resultados positivos não apenas a esta operação, mas ao sistema como um todo”, revela.
O Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), tem intensificado a vigilância da saúde da população trabalhadora, com atenção especial aos grupos vulneráveis e mais expostos à emergência climática. A pasta, através da articulação com os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerests) e demais entidades de vigilância dos estados e municípios, realiza busca ativa por acidentes de trabalho e óbitos relacionados às queimadas.
Brigadistas florestais nos territórios indígenas
Comunidades indígenas do Tocantins também sofrem com os incêndios florestais e têm seus trabalhadores expostos. “Quando a gente tenta combater o fogo durante 30 dias seguidos e não consegue, ficamos doentes de tristeza”, lamenta o cacique e brigadista voluntário Wagner Krahô-Kanela, da aldeia Catàmjê.
Ele representa uma categoria pouco reconhecida, a de trabalhadores de territórios indígenas que participam do enfrentamento às queimadas e proteção das florestas. O ministério, por meio da Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e outras secretarias, realiza ações em benefício dessas populações.