O IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) caiu 1,65% em julho, após registrar queda de 0,97% em junho. Com esse resultado, o índice acumula queda de 1,42% no ano e alta de 3,42% nos últimos 12 meses. Em julho de 2024, o IGP-10 havia subido 0,45% no mês e apresentava alta acumulada de 3,38% em 12 meses. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 17, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Em julho, todas as etapas de processamento do IPA (Índice de Preços ao Produtor Amplo) registraram quedas acentuadas, com destaque especial para o café em grão, que figurou entre os principais responsáveis por essa dinâmica. Nos preços ao consumidor, o grupo de transportes exerceu influência decisiva na desaceleração do índice. O principal fator foi a queda no preço da gasolina, resultado do novo reajuste implementado pela Petrobras para as distribuidoras, impacto que se propagou diretamente aos preços praticados no varejo. No INCC, o grupo Mão de Obra - principal responsável pelas acelerações observadas nos últimos meses - apresenta sinais de desaceleração. Essa mudança reflete a redução na frequência de reajustes salariais das categorias profissionais do setor.”, afirma Matheus Dias, economista do FGV IBRE.
A redução foi impulsionada pela queda generalizada nos preços ao produtor, principalmente do café, que recuou 19,54%, além do milho, minério de ferro e açúcar.IPA cai2,42%
Em julho, o IPA caiu 2,42%, intensificando a queda observada em junho, de -1,54%. Analisando os diferentes estágios de processamento, percebe-se que o grupo de Bens Finais apresentou uma desaceleração significativa em sua taxa, passando de -0,01% em junho para -0,90% em julho. Seguindo esse comportamento, o índice correspondente a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos de alimentos in natura e combustíveis para consumo, passou de 0,42% em junho para -0,52% em julho. A taxa do grupo Bens Intermediários caiu 1,29% em julho, após queda de 0,87% no mês anterior. O índice de Bens Intermediários (ex) (excluindo o subgrupo de combustíveis e lubrificantes para a produção) caiu 1,33% em julho, acentuando a queda em relação ao mês anterior, quando registrou taxa de -0,70%. O estágio das Matérias-Primas Brutas caiu com maior intensidade em relação ao mês anterior, passando de -2,98% em junho para -4,21% em julho.
Desacelerou 0,13% em julho
Em julho, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou taxa de 0,13% apresentando desaceleração em relação ao mês anterior, quando o índice subiu 0,28%. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, seis apresentaram recuo nas suas taxas de variação: Habitação (0,86% para 0,49%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,44% para 0,04%), Alimentação (0,11% para -0,12%), Vestuário (0,51% para -0,15%), Comunicação (-0,05% para -0,26%) e Transportes (-0,08% para -0,12%). Em contrapartida, os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,08% para 0,88%) e Despesas Diversas (0,14% para 0,17%) apresentaram avanço em suas taxas de variação.
INCC sobe 0,57% em julho
Em julho, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou alta de 0,57%, abaixo da taxa de 0,87% observada em junho. Analisando os três grupos constituintes do INCC, observam-se movimentações distintas nas suas respectivas taxas de variação na transição de junho para julho: o grupo Materiais e Equipamentos inverteu sua taxa de variação de -0,28% para 0,21%; o grupo Serviços acelerou de 0,49% para 1,21%; e o grupo Mão de Obra desacelerou de 2,38% para 0,94%.