O governador interino do Tocantins, Laurez Moreira, declarou em coletiva à imprensa no início da noite desta quarta-feira, 3, que vai exonerar todo o 1° escalão de Wanderlei Barbosa - afastado por decisão referendada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Laurez prometeu uma gestão focada em transparência e afirmou que não irá seguir o mesmo caminho da administração anterior.
De acordo com o governador em exercício, o ministro do STJ, Mauro Campbell Marques, recomendou exonerações, considerando "contaminação de práticas". No entanto, Laurez negou que fará exoneração em massa e defendeu a realização de concursos públicos para o preenchimento de vagas no Estado. "Vocês vão ver as coisas mudarem nesse Estado", disse.
"Vocês vão ver em breve o Tocantins como um dos estados mais transparentes do Brasil”, frisou Laurez na coletiva.
O governador interino admitiu que o momento é de grande desafio. "Jamais gostaria de assumir o governo dessa forma. É o maior desafio da minha vida", afirmou.
Os deputados Janad Valcari e Gutierres Torquato participaram da coletiva.
Afastamento do governador Wanderlei
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Mauro Campbell, determinou o afastamento do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, por um período de seis meses. A decisão foi tomada no âmbito da Operação Fames-19, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira, 3, para investigar um suposto esquema de desvio de recursos públicos voltados ao enfrentamento da pandemia de Covid-19, incluindo verbas destinadas à aquisição de cestas básicas.
A decisão do ministro Campbell foi referendada pela Corte Especial do STJ.
De acordo com a PF, as investigações, que tramitam sob sigilo no STJ, apontam fortes indícios de um esquema de desvio de recursos públicos entre os anos de 2020 e 2021, período em que os investigados teriam se aproveitado do estado de emergência em saúde pública e assistência social para fraudar contratos de fornecimento de cestas básicas.
Segundo a apuração da PF, foram pagos mais de R$ 97 milhões em contratos para fornecimento de cestas básicas e frangos congelados, com prejuízo estimado superior a R$ 73 milhões aos cofres públicos. Os valores desviados teriam sido ocultados por meio da construção de empreendimentos de luxo, compra de gado e pagamento de despesas pessoais dos investigados.
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