O Tocantins tem quase oito vezes mais bois do que pessoas. São 11,6 milhões de cabeças de gado, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal (PPM) de 2024, do IBGE, contra uma população de 1,51 milhão de habitantes, conforme o último Censo.
Nesse cenário em que a pecuária é uma das maiores forças econômicas do estado, a Associação Tocantinense de Produtores de Novilho Precoce (Novilho Precoce Tocantins) tem atuado em uma frente estratégica: o acompanhamento de abates e a padronização das carcaças bovinas, um trabalho que ajuda os produtores a aprimorar seus resultados e fortalecer a competitividade da carne tocantinense.
O serviço oferecido pela Associação permite que os produtores tenham acesso a dados precisos sobre rendimento, acabamento de gordura, conformação e peso de carcaça. Essas informações servem como base técnica para avaliar genética, manejo e nutrição, possibilitando ajustes que se refletem em melhor desempenho e maior rentabilidade.
De acordo com o presidente da Novilho Precoce Tocantins, Fernando Penteado, o acompanhamento de abates é uma das formas mais eficazes de profissionalizar a pecuária e elevar o padrão das carcaças. “Esse trabalho é essencial para transformar o padrão da carne. O produtor passa a entender o resultado real do seu rebanho, identifica oportunidades de melhoria e toma decisões com base em dados técnicos. Isso impacta diretamente na produtividade e no valor comercial dos animais”, explica Penteado.
Além de gerar informações individualizadas, a Associação também trabalha na padronização dos relatórios de rendimento junto aos frigoríficos, o que contribui para a construção de indicadores regionais e maior transparência no setor. “A padronização é mais um passo para tornar o Tocantins em uma referência em qualidade de carne. Quando o mercado reconhece o padrão de um estado, o produtor ganha valorização e previsibilidade”, complementa o presidente.
Entre os produtores associados que participam do acompanhamento está Marco Aurélio, da Fazenda Água Azul, em Pium. Com foco em cria, recria, engorda e confinamento, ele destaca que o acompanhamento garante mais precisão e segurança. “O trabalho da Novilho Precoce nos dá mais assertividade nos abates. Conseguimos selecionar melhor os animais, acompanhar o rendimento e ter informações confiáveis para direcionar as decisões na fazenda. Isso reflete diretamente na qualidade e no resultado final”, afirma.
Já Raphael Nicchio Von Glehn, que atua na gestão da Fazenda Joncon, em Arapoema, ao lado da mãe e proprietária, Jacqueline Kelly Nicchio, destaca que o acompanhamento tem permitido mensurar resultados com mais precisão. “Entre junho e setembro acompanhamos quase 800 animais, com ganho médio de 0,9% no rendimento de carcaça por animal. O suporte técnico da Novilho Precoce nos frigoríficos garante mais segurança e credibilidade aos dados, ajudando a entender de forma clara os efeitos da genética, da nutrição e do manejo adotados na fazenda”, afirma.
Raphael também ressalta o impacto coletivo do trabalho da associação. “Existe um papel importante não só na parte técnica, mas também na união dos produtores. As negociações em grupo e o acesso a insumos com melhores condições fortalecem o setor e mostram como a associação está comprometida com o crescimento sustentável da pecuária tocantinense”, destaca.

