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Palmas

Foto: Divulgação Enegrecer

Foto: Divulgação Enegrecer

A região de Taquaralto, em Palmas/TO, foi palco na manhã desta quinta-feira, 27 de novembro, da 3ª edição da Marcha "Vidas Negras Importam". O ato mobilizou estudantes da rede estadual de ensino da Escola Estadual Márcia Barbosa Castro e da Escola Estadual Setor Sul em conjunto com militantes do movimento Enegrecer, consolidando-se como um dos eventos centrais do Novembro Negro no calendário do movimento negro tocantinense.

A manifestação ocorreu na Avenida Tocantins e se insere no ciclo de atividades anuais de combate ao racismo e promoção da igualdade racial, em alusão ao Mês da Consciência Negra.

Os manifestantes, majoritariamente jovens, conduziram a marcha sob o lema "A aula é na rua por Justiça Racial". O dispositivo do protesto incluiu a exibição de cartazes e a entoação de palavras de ordem, cujo teor visava evidenciar a necessidade de pautar a defesa das vidas negras e, de forma correlata, o acesso a direitos e oportunidades em um contexto social ainda marcado pela sequela do racismo estrutural.

Para a professora Eduarda Maria, a Marcha Vidas Negras Importam deixa evidente que a educação antirracista transcende os muros da sala de aula. "Foi um momento de transformação da rua em um espaço de vivência e aprendizado prático sobre o engajamento cívico e a temática antirracista. Levantamos as nossas vozes para exigir uma sociedade mais justa, onde haja oportunidade, dignidade, igualdade de direitos e respeito para todas as pessoas", disse. 

O militante e co-organizador do Enegrecer, Diego Panhussatti, destacou a eficácia da ação como instrumento de diálogo direto com a sociedade civil. "Não foi um mero evento, mas uma interrupção necessária na rotina para forçar a reflexão imediata sobre a importância das vidas negras. É a prova viva de que a mensagem do movimento alcança e provoca a sociedade de forma interativa e urgente, exigindo que as estruturas históricas do racismo sejam confrontadas aqui e agora", destacou. 

A iniciativa reafirma a estratégia do movimento negro local de utilizar o mês de novembro para catalisar o debate sobre a desigualdade racial, buscando a efetivação de políticas públicas e a desconstrução das bases do racismo institucional no estado.

"Vidas Negras Importam!", ecoavam os presentes, diante da necessidade urgente de combater o racismo estrutural e as desigualdades históricas deixadas pela escravidão, para que toda a população negra possa ter plenas condições de vida, de sonhar e de realizar seus projetos.