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Opinião

A tragédia pode estar aqui. Só falta acontecer. Por duas vezes, e não faz muito tempo, num vôo entre Araguaína e Palmas, com tempo instável, a aeronave em que o ex-secretário da Segurança Pública do Tocantins, Júlio Resplande viajava, ficou sem comunicação via rádio com a torre de Palmas, no trecho entre Pedro Afonso e Miracema, por aproximadamente 11 minutos. Uma eternidade no ar...

O piloto, experiente - é preferível não identificá-lo - mudava de freqüência tentando contato, sem êxito. Restabelecido o contato entre Miracema e Lajeado, o comandante soube que uma outra aeronave estava em sua direção. O piloto modificou a rota, passando a voar pelo lado esquerdo do lago, evitando uma tragédia.

Não demorou muito, o mesmo passageiro levou mais um susto. Pelo rádio um controlador autorizou a aterrissagem em Palmas, pela cabeceira oeste (lago). De repente, a mesma voz que havia autorizado o pouso, deu ordens para que o piloto fizesse a curva do vento, ou seja, meia volta.

O motivo? A rota era de colisão. Uma decolagem havia sido autorizada pela mesma torre que autorizara o pouso. Isso é caso de polícia! Foi a reação do piloto. Não é a primeira vez, comentou.

Embora real, a história não tem a intenção de assustar, mas suscitar um debate sério e provocar as correções necessárias à segurança de um dos meios de transportes que parecia estar entre os mais seguros do mundo e agora, no Brasil, dá medo...

O brasileiro, o tocantinense que por tempos, foi educado  a não reclamar, precisa se antecipar aos fatos, se possível, mudando sua trajetória para melhor.

A tragédia aérea de São Paulo não poderia ser aqui? É ingênuo o achismo silencioso do isso não acontece por aqui. A passividade é um ensaio para outras tragédias em qualquer lugar.

Sem os discursos oportunistas que em vez de pensar em segurança, buscam uma oportunidade de promoção partidária, é hora de uma reflexão responsável.

Quando acontecerá conosco? Como podemos evitar? Controladores ou sabotadores? A nação está perplexa.

Há coincidências demais... Ou não são?

 

Gilvan Nolêto

Jornalista