A Comissão de Direitos Humanos e Minorias promove, na quarta-feira (5), audiência pública para discutir a prática de infanticídio nas áreas indígenas. O autor do requerimento para a realização da audiência, deputado Henrique Afonso (PT-AC), explica que há centenas de casos de crianças indígenas sacrificadas, envenenadas ou enterradas vivas, por terem nascido com algum defeito físico ou algum problema neuro-motor, por serem meninas quando a família esperava um menino, gêmeas, ou ainda por serem filhas de mães solteiras.
De acordo com o parlamentar, em todos os casos de infanticídio predominam razões culturais, e não houve sequer a oportunidade de acesso à assistência médica.
Convidados
Foram convidados para o debate a antropóloga e professora Rita Segato; o mestre e doutor em Antropologia Cultural, Ronaldo Almeida Lidório; a coordenadora do Movimento Atini-Voz Pela Vida, professora Márcia Suzuki; a mãe indígena que salvou uma criança da etnia Kamayurá, Kamiru Kamayurá; e a doutoranda em Direitos Humanos pela Universidade de Salamanca, Espanha (Tese: Infanticídio e Direitos Humanos), Maíra de Paula Barreto.
Também deverão participar da audiência a coordenadora da 6ª Câmara da Procuradoria Geral da República, Déborah Duprat; o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Márcio Augusto Freitas Meira; a representante das mulheres indígenas no Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, Jacimar de Almeida Gouveia (etnia Kambeba); e o diretor do Departamento de Saúde Indígena da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), Wanderley Guenka.
Fonte: Agência Câmara