A empresa investirá 28 milhões de dólares para desenvolver e testar uma variedade resistente à praga que ataca na América do Sul, especialmente no Brasil e Argentina. A maior parte do investimento será feito com a abertura de três estações de pesquisa em cidades a ser definidas no Tocantins, Rio Grande do Sul e Paraná. Outra parcela irá para a ampliação das duas unidades de pesquisa já existentes, em Sorriso (MT) e em Morrinhos (GO).
A lagarta provoca perdas anuais de US$ 300 milhões no Brasil, segundo a Monsanto. Se for incluída a perda de produtividade de cerca de 7% devido à praga, a perda chega a cerca de US$ 1 bilhão.
Os testes da nova tecnologia começarão ainda em 2007 e já foram aprovados pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), órgão de assessoria ao governo federal para definição de políticas sobre transgênicos. Eles serão feitos inicialmente nas estações de pesquisa mais antigas, mas conforme fiquem prontas as novas unidades, as experiências devem se expandir para essas regiões.
O presidente da Monsanto no Brasil, Alfonso Alba, aproveitou o anúncio de investimento para criticar a postura do grupo ambientalista Greenpeace, um dos principais opositores à expansão dos transgênicos. "Eles deveriam ir aos nossos campos para aplaudir a gente. Não entendo por que são contra. Se eles vissem o quanto os transgênicos podem ser benéficos ao meio ambiente, eles iriam querer ser nossos sócios", alfinetou.
Para o Greenpeace e outras ONGs ecológicas, alimentos geneticamente modificados podem representar um risco ao meio ambiente e ao organismo humano, por causa da impossibilidade de se conhecer seus efeitos a longo prazo, com os estudos feitos até o momento
O plantio de soja transgênica, que começou irregularmente no país, foi liberado a partir de 2005, na safra 2007/2008, deve ocupar 60% da área total de soja no Brasil, ante 51% na safra anterior, de acordo com a Monsanto.
Alba assegurou que a nova soja transgênica não só permitirá aos agricultores economizar dinheiro como também trará um bom impacto social e para o meio ambiente porque permitirá uma "redução significativa" de inseticidas e herbicidas.
Por cada quilo da nova semente, os agricultores brasileiros pagarão R$ 0,50 de royalties e uma multa de 2% no caso de revenda no mercado paralelo de sementes obtidas a partir dos grãos comprados.