A senadora Kátia Abreu (DEM-TO), crítica ferrenha da alta carga tributária brasileira e da prorrogação da CPMF, "plantou" no cafezinho do Senado uma árvore de Natal diferente. No lugar dos tradicionais adereços e luzes coloridas, com os presentes "familiares" na base do caule, há produtos que têm parte de seu valor "mordido" pelo Leão, numa alusão ao excesso de impostos pagos pelo cidadão brasileiro.
Além de terem fixado os preços nos "presentes" pendurados, auxiliares da senadora distribuíram um panfleto com a relação dos itens da árvore, com os respectivos preços e percentuais de tributos incidentes. Em vermelho, de forma a destacar o alto valor acrescido pela tributação, estão os valores, em Real, dos impostos embutidos nos produtos. A tabela de preços, percentuais e produtos foi elaborada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT).
"Nós colocamos o que o brasileiro costuma dar de presente, desde as classes mais pobres até as classes mais altas, não interessa a classe que ele esteja, para transformar em alguma coisa real, para as pessoas entenderem que quem paga imposto não é rico", declarou a senadora, que teve seu relatório contra a prorrogação da cobrança da CPMF por mais quatro anos rejeitado na Comissão de Constituição e Justiça, em outubro.
"Quem paga imposto é quem compra, e quem compra mais é a classe média e a classe baixa, porque o maior número é o que mais consome", disse Kátia Abreu, rebatendo as declarações do presidente Lula, segundo as quais quem mais contribui por meio da CPMF é o rico.
Como é de praxe, Kátia Abreu voltou as cargas contra a alta carga tributária paga no país. "O importante é a carga toda, não é? São quatro meses e meio de trabalho. O imposto tem de ser pago, mas deste tamanho não dá. Olha a cesta básica...", disse a senadora, apontando o item do árvore, ao preço de R$ 248,40, com 16,70% de incidência tributária (ou seja, R$ 6,68 em impostos repassados ao valor final).
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