A posse dos novos dirigentes do PT estadual e municipal nesta quarta-feira, 30, em evento ocorrido na Assembléia Legislativa, foi marcada por uma militância motivada que lotou o auditório e por palavras de admiração e apoio ao ex-presidente do diretório estadual, José Santana, que deixou o cargo e que deve concorrer à prefeitura de Colinas.
Os fatos mais relevantes, entretanto, no decorrer do evento foram as entrevistas concedidas com exclusividade ao Conexão Tocantins pelo deputado estadual Manoel Queiroz antes do início da solenidade e pelo prefeito de Palmas Raul Filho ao final.
Antes de dizer que iria ficar lithe no caso do processo político da capital sem se envolver, Queiroz disse não ver alternativa de aliança entre o governo do estado e o prefeito Raul Filho. “Não vejo nenhuma possibilidade do governo fazer uma coligação com o prefeito Raul, estou vendo a cada dia que passa se distanciando mais, mas com certeza o povo de Palmas é que tem que escolher, saber o que é melhor para a cidade”.
Raul, entretanto, contemporizou as declarações do deputado correligionário.
Confira a entrevista.
CT – O deputado Manoel Queiroz disse a pouco que acha difícil uma articulação entre PT e governo na capital em função do distanciamento que está ocorrendo. O Sr. acha que este processo pode ser revertido até junho?
Raul Filho – Olha. primeiro eu não conheço o chamado afastamento. O partido sempre estabeleceu uma boa relação com o governo do estado e consequentemente com o partido. Agora é natural que nesta fase cada partido busque se afirmar com candidaturas próprias e tentando construir alianças prováveis com aqueles que se identifica mais ideologicamente. O PT sempre teve com o PMDB esta aproximação histórica. Não quer dizer que poderá se repetir, mas eu acho provável que isto ocorra, como busca também aliança com outros partidos, tanto da base do governo federal, como as forças aqui do estado que sempre caminharam juntas.
CT – De que forma o senador Leomar pode estar contribuindo com esta aproximação?
Raul Filho – Tanto o senador Leomar, como todos os demais detentores de mandato, lideranças expressivas do partido, têm tudo a colaborar trazendo a unidade destas forças que também dá sustentação ao governo Lula, e aqui, ao governador Marcelo Miranda. Então é muito importante, o senador Leomar esteve com apoio total do PT na campanha passada. Hoje ele se encontra no PMDB e como os demais ele pode seguramente estar buscando cada vez mais a consolidação deste projeto. Não é a aproximação, porque ambos os partidos são sempre bem aproximados.
CT – O PR (partido da República) tem sinalizado aproximação com o PT na capital. De que forma pode estar sendo incluído este partido dentro de uma possível aliança futura?
Raul Filho – Já há esta aliança histórica do partido na capital e a nível nacional. Daqui pra frente os partidos começam a apresentar seus quadros majoritários e buscar abrir conversações. É onde começam a surgir as alianças e composições de chapa. Então é um processo que só agora inicia e nós temos de aguardar os seus desdobramentos. Não tenho dúvida que com a experiência que nós temos em entender que sempre que se aproximam as convenções muitas coisas se mudam, acontecem no chamado apagar das luzes. Então a gente acredita na construção de uma aliança forte que possa continuar com a capital nesta linha de desenvolvimento e prosperidade que tem conquistado nos últimos três anos.
Umberto Salvador Coelho