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Opinião

Foto: Carlos Roberto

Foto: Carlos Roberto

As aspas do título, tomadas por empréstimo, são de um político coerente, sensato e cauteloso que, sem tempo para suas dores, não alimenta vaidades pessoais, como exemplifica sua admirável capacidade de renúncia em prol da unidade.Raridade na atividade política, geralmente envolta em egoísmos, ciúmes e rasteiras estratégicas. Embora dita em resposta a uma situação hipotética que lhe fora apresentada, na verdade a afirmação bem que pode ganhar força e seguidores da idéia.

Eram aproximadamente nove horas da manhã da última sexta-feira, 22 de fevereiro, por ocasião do Encontro da Juventude do PMDB Nacional, realizado no Auditório da Assembléia Legislativa em Palmas, quando o vice-prefeito da Capital, Derval de Paiva foi instigado a responder se aceitaria ser candidato a Prefeito da Capital, para unir o PMDB, evitar que o PT cometa equívoco e congregar todas as tendências da Aliança da Vitória. Como um bom soldado que não foge à luta, Derval demorou, mas respondeu justificando a resposta. “Não sou, mas se preciso dizer, serei. Até porque, nunca direi não às causas que o partido conduz. Se não for uma candidatura para contestar, mas para conciliar, serei”, disse.

Derval sim, e porque não? Tantos são os predicados adquiridos por ele em sua trajetória de vida e na experiência política que os adjetivos parecem poucos para defini-lo, embora ambições pessoais de alguns pareçam ignorá-los. Bom tribuno, pertencente a uma geração de não liderados quase em extinção, gosto para a poesia, mas incomodado quando chamado de poeta, talvez prefira a expressão “curraleiro”. Culto, mas “curraleiro”. O partido, ora dividido, no qual é filiado desde 1966 não tem e jamais terá o “P” dos demais. Para ele, será sempre o saudoso Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Simpático no trato com o ser humano, Derval difere daqueles políticos temperamentais que te sorriem de acordo com a conveniência, pra te ignorar pouco depois. Fato tão comum em algumas fornadas eleitorais, que infelizmente a sociedade herda quando não escolhe bem.

Melhor avaliando o contexto, há que se dar razão à reação do vereador Carlos Braga durante a primeira reunião do PMDB para tratar do processo de escolha de candidatos na Capital, ao insistir no “mas...” que o deputado Eli Borges tanto critica ao buscar abreviar o processo com um “ponto final” em torno de seu projeto político.

Ora, outros nomes, com perfil moral, de credibilidade e condutas ilibadas, tão bons e legítimos quanto o do deputado postulante, existem. Derval de Paiva é apenas um deles, e não pode ser ignorado em nome de um projeto pessoal, quando o que se busca é a vitória do PMDB na Capital, mas sem desfazer a aliança vitoriosa que reconduziu Marcelo Miranda ao Palácio Araguaia, contra o siqueirismo, que ainda persiste.

Só para exemplificar, a primeira dama do Estado, Dulce Miranda, que comandou a vitória marcelista, de virada na Capital; o deputado Federal Moisés Avelino que recebeu quase 10 mil votos na Capital sem fazer campanha e o secretário municipal da Saúde, Samuel Bonilha, cuja administração é um dos fatores responsáveis pela boa imagem atual do executivo municipal, pela brilhante administração, estão aí. Outros nomes de forte expressão, embora mais distantes do corpo a corpo, também, como Eudoro Pedroza e Igor Avelino.

A manutenção do nome do vereador Evandro Gomes na disputa, apesar das pressões de Eli, mostra que essa história ainda não tem “ponto final”, ainda mais com as “aspas” de Derval: “Não sou, mas se preciso dizer, serei”. Ainda tem muito que se discutir o “mas...”

Derval com um histórico de três legislaturas de deputado estadual e uma de senador, quando assumiu na condição de suplente de Mauro Borges Teixeira em Goiás e um mandato de deputado federal pelo Tocantins, está credenciado sim a fazer parte deste “mas”..., antes do “ponto final”.

(K. M. W.)