O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), encaminhou requerimentos solicitando informações ao presidente do Senado, Garibaldi Alves Filho, sobre possíveis "ameaças" que teriam sido feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, relativas à aprovação do Orçamento 2008, e questionando o fato de o PSDB não estar sendo ouvido na distribuição de relatorias de propostas do Executivo. O assunto já havia sido foco de uma discussão entre ambos, na sessão da quarta-feira,12, na qual foram trazidas à tona as discussões que ocorreram na tumultuada sessão que aprovou a proposta da TV Brasil, terça-feira11.
Garibaldi afirmou que o requerimento do líder tucano era anti-regimental, não cabendo à Mesa, portanto, respondê-lo. No entanto, Garibaldi disse que, ao mencionar ameaças que teriam sido feitas pelo presidente da República, teria se referido ao fato de Lula ter dito, conforme noticiou a imprensa, e possivelmente autorizado seus ministros a reafirmarem, que, caso o orçamento não fosse aprovado, assim como outras medidas provisórias que poderiam entrar na pauta, a culpa seria do Congresso.
“Não fui só eu que recebi o recado, que pode ter sido passado por Lula; o Congresso inteiro recebeu. Ele [Lula] afirmou em determinado momento que usaria a prerrogativa das MPs, e não existe ameaça maior ao funcionamento do Parlamento que as medidas provisórias. Quanto aos portadores [das ameaças], eles se multiplicam, os próprios ministros de Estado, o ministro Paulo Bernardo”, disse Garibaldi.
Sobre a razão de o PSDB não estar sendo atendido quanto ao rodízio de relatorias entre os partidos, tema acordado com Garibaldi quando tomou posse, o presidente respondeu: “Ainda não tive a oportunidade de sentar com a oposição para discutir o rodízio de relatorias, mas lamento que vossa excelência tenha dito que não dialogaria mais comigo em meu gabinete. Eu até posso ir ao seu. O que eu gostaria é de manter a conduta e privilegiar a atividade legislativa” afirmou Garibaldi.
Da redação com informações: Agência Senado