Brincando de detetive saí de lanterna e lupa a procura do vírus causador da mentira, esta vilã que nasceu junto aos primeiros passos do livre arbítrio da raça humana e impregnando-se até nas células.
Travestido de infinitos jeitos, o embuste aparece desde o submundo do crime às situações mais sutis e acima de suspeitas. Porém, uma coisa é certa: mentir é proibido e ninguém assume que faltou com a verdade, a vergonha e a desmoralização decretam a pena de morte do mentiroso, que ao se sentir acuado bota em sua defesa um batalhão de justificativas na tentativa de negar o erro, ou melhor, criar um borrão para confundir tudo... Há os "Pinóchios" profissionais que se camuflam na lorota e ainda morrem de rir das próprias artimanhas. Mas, deixando de lado esses "caras-de-pau", a mentira é um mal necessário. Sim, uma necessidade por mais esquisito que possa parecer, ela (a mentira) é útil e se não fosse assim o mundo viveria um outro tipo de caos, imaginem vocês se nossas mães não mentissem dizendo que havia um bicho-papão ou outro tipo de ameaça caso não tomássemos a sopinha ou o remédio amargo? Outra situação constrangedora seria no ambiente de trabalho dizer o que se pensa, nem é preciso explicar os estragos, e na política então, que terreno fértil... A verdade é que mentir na maioria dos casos é o politicamente correto como já dissemos, e sem essa de tentar se esquivar, todos bebem desta água contaminada...
Laudo conclusivo
A mentira é fruto da fraqueza humana, mas é também, uma fuga quando não se tem a liberdade para dizer a verdade. E que dizer em situações onde precisamos "acreditar" para não magoar e perder a amizade...
Bem, agora que investiguei os covis da mentira, devolvo a quem quiser o equipamento de detetive para que continue a busca. Despeço-me deixando uma pista: conviver é mentir, e isso, é elementar meu caro leitor...
J. Antonio Sespedes
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