Conexão Tocantins - O Brasil que se encontra aqui é visto pelo mundo
Polí­tica

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

O deputado federal e presidente do PMDB tocantinense, Osvaldo Reis, concedeu uma entrevista exclusiva ao Conexão Tocantins nesta sexta-feira, 20, no Palácio Araguaia, após se reunir durante toda a manhã com o governador Marcelo Miranda (PMDB). Reis falou da perspectiva de composição com os democratas e do distanciamento gradual que já está havendo entre PMDB e PT na capital, mas disse que política é arte de conversar e que a "mesa do PMDB está aberta" para discussão, embora num quadro geral a “amostragem não é seguir para caminhos onde já tomaram a decisão”.

 

Confira a entrevista

Conexão Tocantins - O senhor concorda com o argumento do deputado Eli Borges que diz que para a escolha do candidato outros fatores alem da pesquisa de intenção de votos devem ser considerados, como por exemplo curva de crescimento e rejeição?

Osvaldo Reis – Eu acho que a pesquisa ela é uma amostragem da realidade hoje, a pesquisa ela não traduz, talvez, a eleição amanhã, mas ela visualiza caminho a seguir. Agora quanto à questão de rejeição é exatamente isso, a pesquisa de hoje não é a realidade de amanhã, quem tem muita rejeição às vezes mais à frente tem menos rejeição. Depende das ações políticas.

CT- Se o PMDB vier a apoiar a candidata Nilmar Ruiz (DEM) como fica a coerência uma vez que o senhor foi um dos peemedebistas que andou criticando-a?

Osvaldo Reis – Eu não critiquei. Eu disse que o PMDB, às vezes interpreta as coisas erradas. Eu sou amigo da Nilmar, nós viemos de uma campanha juntos, da aliança da vitória. Eu só disse o pessoal interpreta. Eu só disse que historicamente no estado do Tocantins o PMDB sempre foi mais próximo do PT. Historicamente. Mas a política muda.

CT- O senhor disse que ela tem sangue siqueirista não?

Osvaldo Reis – Não. Isto é conversa, eu nunca disse isto, isto é mentira que eu nunca disse que ela tem sangue siqueirista. Até porque eu não falo o nome Siqueira, quem disse que eu falo o nome Siqueira tá mentindo [sic].

CT – O senhor acha que a candidata Nilmar fortalece a senadora Kátia Abreu para 2010 em detrimento do PMDB?

Osvaldo Reis – Nós estamos tratando de eleição municipal. 2010 é outra conversa, vamos atravessar o rio primeiro.

CT – O DEM hoje tem mais espaço no governo que o PMDB. O que o senhor pretende fazer para mudar esta história?

Osvaldo Reis – Nada. Se é que tem, eu não interpreto assim. Eu acho que o PMDB tem o governo. Nós trabalhamos harmoniosamente, não entendo desta forma, absolutamente. Agora se é por uma questão de eleição municipal que ficam neste questionamento que o DEM tem mais candidatos a prefeito do que o PMDB, nós estamos juntos. Se eleger um candidato dos DEM, está elegendo um candidato do PMDB, se eleger um candidato do PMDB está elegendo um candidato dos DEM [sic]. Até porque nós estamos trabalhando para que isto aconteça em todos os municípios. Evidentemente que não vai acontecer em todos, mas nós vamos ter maioria juntos. Isto para mim é utopia, é provocação de dizer que os DEM [sic] têm mais oportunidade no governo. Eu não sei que tipo de oportunidade é esta que o DEM tem a mais. Eu queria lhe perguntar que oportunidade no governo que o PMDB tem menos? Que eu estou falando de política, não falando de outras coisas.

CT- Mas o DEM tem mais cargos no governo que o PMDB, ou não?

Osvaldo Reis – Eu não conheço as indicações dos democratas, eu conheço do PMDB.

CT – Ontem o deputado Moisés Avelino disse que realmente estão conversando no sentido de se criar a unidade no PMDB no que tange à candidatura em Palmas. Só que ele disse que o partido estava dividido, que tinha companheiros com idéias diferentes no sentido de apoiar Nilmar e outros não. O senhor está mais propenso a apoiar a Nilmar, ou ficar com o deputado Eli Borges?

Osvaldo Reis – Eu nunca mudei meu pensamento. No início o próprio Avelino, a executiva do partido apoiou o lançamento da candidatura do Eli Borges. Esta candidatura tem um limite, chega um certo ponto que temos que sentar e avaliar a candidatura, eu nunca coloquei de forma diferente que o partido tem que estar diferente. O partido tem que andar unido. Agora, às vezes tem companheiros que falam individualmente. Eu falo em nome do partido. Nós vamos buscar a unidade do partido e apoiar na hora certa, sem ir para a guilhotina.

CT – Caso não se feche em torno desta unidade haveria alguma possibilidade remota do PMDB compor com o PT na capital, uma vez que o prefeito disse que espera o apoio do PMDB até o último momento?

Osvaldo Reis – Eu acho que este é um pensamento do prefeito. O PMDB vai decidir conjuntamente, eu acho que cada momento que passa vai se distanciando mais, até pelo fato de decisões isoladas que o PMDB não está participando. Nós tivemos aí na semana passada o prefeito já acertando um vice e não é do PMDB, então isto já dificulta muito, ou não dificulta, eu acho que estes entendimentos vão diminuindo, até porque o prefeito toma uma decisão isoladamente e o PMDB toma uma decisão conjuntamente.

CT – Mas ainda existe uma possibilidade remota?

Osvaldo Reis – Dentro da política é arte de conversar. A mesa do PMDB está aberta para discussão. É lógico que hoje num quadro geral, amostragem não é seguir para caminhos onde já tomaram a decisão.

CT – O governador pediu para o deputado Eli Borges refletir nos próximos dois dias ...

Osvaldo Reis – O pensamento do governador é o pensamento de todos nós. Nós demos oportunidade para o deputado Eli, mas chega um momento que tem que refletir.

CT – então este é o pedido que o senhor vai fazer para ele hoje?

Osvaldo Reis – Este pedido nós já fizemos para ele. Tem um limite, nós temos que sentar na mesa [sic] e o deputado não pode ficar de fora deste processo. Nós queremos fazer conjuntamente, eu já disse que alguns precipitaram e foram à frente, se distanciou do PMDB. Aqueles que esperaram estão mais próximos do PMDB para uma composição. Eu já expliquei, neste caso o PT avançou e deixou o PMDB.

 

Umberto Salvador Coelho