No retorno ao senado após a licença de quatro meses, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) alertou para o fato de o Brasil ter perdido o momento propício à realização das reformas necessárias para que, hoje, o país estivesse blindado contra a crise financeira internacional. “Quantas vezes discutimos a necessidade de se fazer a reforma tributária, alertamos para a alta carga tributária, para o aumento dos gastos públicos.
Muitos imaginaram que era apenas discurso de oposição, implicância com o governo. Mas alertamos o governo para o quanto era importante aproveitar os bons ventos da economia mundial naquela época”, disse Kátia Abreu em seu primeiro pronunciamento, realizado nesta quarta-feira, 29 de outubro.
A senadora alertou que, o agronegócio, por exemplo, será um dos setores mais atingidos pela crise. “Nós teremos uma redução na aplicação de tecnologia, o que significa menos produtividade, menos renda para o produtor rural e menos condições de pagar os compromissos com os bancos na próxima safra”, destacou.
Lembrando a época da discussão sobre a CPMF, que foi extinta pelo senado a partir de janeiro deste ano, Kátia Abreu observou que as previsões catastróficas feitas pelo governo não se concretizaram. Ao contrário, somente o excedente de arrecadação tributária no primeiro semestre deste ano corresponde o total arrecadado com a CPMF em todo o ano de 2007.
“Não pode nos faltar coragem para fazer as mudanças necessárias”, disse a senadora, completando que o melhor momento passou, e agora é hora de a oposição contribuir para enfrentar a crise. “O governo não pode querer resolver sozinho, é hora de dividir a responsabilidade com os deputados e senadores, pois aqui no Congresso temos homens e mulheres responsáveis”, afirmou.
Municípios
Kátia Abreu chamou a atenção para a crise os municípios já vêm enfrentando e tende a se agravar com a crise financeira internacional. Segundo a senadora, se o crescimento do PIB em 2009 cair de 5% para 3,5%, conforme já admite o governo, também haverá redução na arrecadação do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) e do IR (Imposto de Renda), que formam o FPM (Fundo de Participação dos Municípios), os prefeitos terão dificuldades para cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). “A LRF é uma lei muito boa, mas não prevê momentos de crise como este”, observou.
Fonte: Assessoria de imprensa sen. Kátia Abreu